mardi, décembre 26, 2006

....Dualidade onda-partícula (?)


...No entanto, já vou...

Perder-me nos braços da minha imaginação
Ela que me faz tantas promessas,
Ela que me leva aonde eu quero e vou,
Ela que sou eu, ela que me tem,
Que me toma, que me perde,
Que não se acha em mim
Em si, talvez sim
Talvez não
Eu que não me imagino sem ela
Ela que não vôa sozinha
Nós que somos eu e ela
Diferentes, iguais
Homo, Gênias.

***

Ela que flutua, eu que particularizo
Eu que, se vôo, sou ela
Ela que, se faz, sou eu
Nós que vivemos e morremos
Nós que, se somos, estamos
Se estamos, criamos
Se criamos, destruímos
Se nada fazemos, transformamos
E por enquanto, caminhamos
- E quando não houver mais por onde caminhar?
Nós que calamos
Nós que caminhamos, por enquanto
De mãos dadas,
Para o sempre que pudermos.

vendredi, décembre 22, 2006

Férias..........
Eu amo as férias, eu me sinto mais à vontade para estudar só o que eu quero.

Tentando ler um livro sobre física quântica e, conseqüentemente, estudando matemática.
Ouvindo muito Secos e Molhados.
Lendo Breve História do Tempo.
Tendo aulas particulares com meu professor de física (e ainda mais grátis!!).
Brincando mais com meu irmão.
Não vendo a hora de ir pra Bahia...hahahaha, tenho muitos planos para essa temporada.
Não direi todos, mas que conhecerei Maurício e Marcos - duas grandes mentes - estarei mais próxima de alguns amigos...rsrs, esquece...reencontrarei minha família de lá.

Triste Bahia...Oh quão dessemelhante estás e estou de nosso antigo estado.
De fato, Gregório.

Enquanto minha professora não me devolve minhas outras redações (ela usou duas em sua monografia) e eu não faço poemas, nem tenho mais saco para viajar por aqui...ficarei por dar essas informações desnecessárias, inúteis, esquizofrênicas, ou qualquer coisa do tipo.
Aliás......................................isso me deu uma idéia.

mercredi, décembre 20, 2006

____O Simbolismo surge no contexto literário para resgatar o que de transcendental havia praticamente se perdido desde o Romantismo, mantendo, portanto, a "paixão do efeito estético"[1].
____As relações entre essas duas correntes, quais sejam, o Simbolismo e o Romantismo, vêm com fôrmas paralelas e , nas palavras bem ditas de A.Bosi: "[...]Ambos os movimentos exprimem o desgôsto das soluções racionalistas e mecânicas e nestas reconhecem o correlato da burguesia industrial em ascensão; ambos recusam-se a limitar a arte ao objeto, à técnica de produzí-lo, a seu aspecto palpável; ambos, enfim, esperam ir além do empírico e tocar, com a sonda da poesia, um fundo comum que susteria todos os fenômenos, chame-se Natureza, Absoluto, Deus ou Nada."[2]
____Esta harmonia entre duas correntes que intercalam seu "oposto" não chega a ser uma exceção - do contrário, uma espécie de regra - no princípio motor da Literatura.
____Vistas sob dimensões históricas, as escolas literárias parecem dançar num ritmo oscilatório entre suas teses e antíteses: se o Barroco ostentava, o Arcadismo não ligava; se o Romantismo idealizava, o Realismo concretizava. Se o Simbolismo bebe noutras fontes, isto não configura cena rara. Este simples movimento harmônico (.................sim, leitor, é uma referência ao MHS da Física..........) no qual caminha a Literatura respeita sempre as tendências do "agora" sem deixar de dialogar com as do "antes". É neste diálogo que surgem inovações e ressalvas, de acordo com a grande teia de relações políticas, socio-econômicas e culturais, teia essa tecida pela própria Humanidade ao passar dos tempos.
____Focando, pois, os nossos sentidos no Simbolismo e seu contexto histórico, temos um belo exemplo para ilustrar o parágrafo anterior: "O irracionalismo literário não é capaz de substituir em fôrça e universalidade as crenças tradicionais; nem seu alheamento da Ciência e da técnica vai ao encontro das necessidades das massas que ocuparam o cenário da História nesse século e têm clamado por uma cultura que promova e interprete os bens advindos do progresso. Daí, os limites fatais da sua influência. No entanto, o irracionalismo dos decadentes valeu (e poderá valer) como sintoma de algo mais importante que os seus mitemas: o incômodo hiato entre os sistemas pretensamente "racionais" e "liberais" da sociedade contemporânea e a efetiva liberdade do homem que as estruturas socio-econômicas vão lesando na própria essência, reduzindo-o a instrumento de mercado e congelando-o rm papéis sociais cada vez mais oprimentes. Os Simbolistas - como depois as vanguardas surrealistas e expressionistas - tiveram esta função relevante: dizer do mal-estar profundo que tem enervado a civilização industrial; e o fato de terem oferecido remédios inúteis, quando não perigosos, porque secretados pela própria doença, não deve servir de pretexto para tardias excomunhões."[3]____Dito isto, nada mais se faz preciso.

[1],[2] pág.293, História Concisa da Literatura Brasileira, Alfredo Bosi.
[3] pág.297, referência anterior.

*Texto inspirado pelo contexto dos caracteres gerais do Simbolismo, dados por Alfredo Bosi em sua História Concisa da Literatura Brasileira.

mercredi, décembre 13, 2006

Tecnologia...

Já sei!! Colocarei aqui no blog alguns trabalhos e redações dos quais mais gostei. Ahhh, vidinha de ensino médio......................................ploc ploc ploc.

Como definição podemos dizer que a tecnologia é a aplicação de conhecimentos gerais para fins práticos. A tecnologia existe desde que foram feitas as primeiras ferramentas de pedra, que os nossos antepassados usavam em suas atividades diárias.O avanço desta se dá de diferentes formas, de diferentes ritmos, indo de acordo com sua respectiva civilização. Mas o fato de a globalização proporcionar um maior e impositivo fator de unificação dos avanços tecnológicos também deve ser levado em consideração. A sua fabricação/aplicação depende de um gasto em matéria prima, quais sejam, combustíveis ou mesmo recursos naturais. Este gasto pode ou não ser feito de forma controlada - danificando ou não a Natureza.O uso irracional desta é o principal responsável pelas agressões à paisagem natural, tanto urbanas como rurais. Dentre os efeitos, a poluição e o desmatamento ocupam um lugar central. Isto visivelmente falando, posto que as implicações destes perscrutam caminhos tais como o da Saúde, do desemprego (pelo emprego de máquinas no lugar de trabalhadores), do aquecimento global - todos representando problemas que podem ser irreversíveis. Sua ligação com a economia é invitável, bem como com a Ciência.
Mas é lícito fazer-se uma certa distinção entre estes conceitos: a Ciência move-se, essencialmente, pelo impulso do "conhecimento-por-conhecimento", já a Tecnologia aplica esses conhecimentos adquiridos para fins diversos. Outro ponto pede um esclarecimento: a ligação entre Ciência, Tecnologia e Política em processos bélicos - fabricação de armas com a tecnologia propiciada pelo avanço Científico. O problema de bombas atômicas nos serve como ilustração: as pesquisas no campo de fissão nuclear abriram um belo cortinado para a Física, pois qualquer informação adicional é válida em Ciência. Mas o contexto histórico na época não tinha nada de belo, ao contrário, o cenário representava uma Guerra Mundial. Logo, a política influenciou a Tecnologia bélica de tal forma a usar a Ciência como escada para uma terrível irracionalidade: a qual conhecemos por Bomba Atômica.
Como forma de concluir o fluxo de informações acima dado, posso dizer algumas palavras a mais a respeito:- Visto que a Tecnologia é produto da sociedade a qual pertence (literalmente), podemos entender seus sucessos e seus fracassos. Se o avanço tecnológico nos garante confortos, alívios, avanços científicos, ampliação no uso do conhecimento, se ele também nos submete ao desemprego, à violência, a um maior poder em mãos trêmulas de desequilíbrio, à armas cada vez mais potentes...isso não quer dizer que ele é algo digno de ser louvado ou evitado, mas quer dizer que ele não é nada mais que um espelho.



Tal foi meu último trabalho de geografia do ano letivo.

dimanche, décembre 03, 2006

Semana de fracassos.




Segunda: PSS...não foi muito bom.
Eu estava mui nervosa, o tempo voou, deixei Física e Matemática pra depois e tive que chutar um monte.
Uma droga.

Sexta: feira de Ciências, não ficou como eu queria.

TPM é o fim...principalmente aliada a desapontamentos.
Estou um caco.

Ainda bem que tenho um cd de Secos e Molhados...Cara, estou me apaixonando por Ney Matogrosso! E até ignorando o fato de eles serem musicalmente melhores que Legião Urbana...ai, pq eu falei isso? Não...eu quis dizer que a guitarra, o baixo - o alto -, enfim...são mais sofisticados que o instrumental da Legião.

Mas religião a gente não discute, então eu continuo sendo fiel à Legião, e Renato continua sendo o meu Deus. E tenho dito.

dimanche, novembre 26, 2006

PSS AMANHÃ!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Amanhã tem PSS? Tem sim senhor.
Aiai...por que ninguém entende meu nervosismo?
Mas eu não faço questão

Eu entendo.
E eu me basto.

Ahhhhhhhhhhhhhhh, estou com medo, porra!
Eu tenho esse direito.

De repente as coisas estão passando muito rápido!
Isso assusta...um dia desses eu estava passando para o primeiro ano, agora já vou pro terceiro...
um dia desses eu estava tentando dormir para no outro dia fazer a prova do PSS 1...agora já estou prestes a dormir pro PSS 2...
Daqui a pouco estarei namorando com alguém, daqui a pouco estarei entrando na Universidade, ou na UFPB ou na UFBA (ou na USP, ou na Oxford, rsrs), daqui a pouco eu estarei me casando (ou não), tendo filhos...darei aulas de física? Farei só pesquisas? Terei bons saldos?
Não sei.
Só sei que daqui a pouco estarei morta.

...

Será tudo isso em vão? Não sei, Renato.

Talvez tudo isso seja obra do acaso. Então deveríamos venerá-lo. Imaginem só...obra do acaso.
do acaso.
Acaso tem sentido? E por que tem de existir um sentido?
Porque as coisas de nossa imaginação existem, tem de existir.
De uma forma...
Ou de outra.

samedi, novembre 25, 2006


As estrelas morrem lá fora
Mas eu estou aqui dentro
Pulsares dançam já fora
Mas eu estou aqui dentro

A Terra orbita o Sol, o Sol orbita o centro de nossa pequena galáxia
Mas minha pequenez sente a estática mesquinha da Limitação.

Matéria, matéria...
Eu sou matéria
Pego, escrevo, vejo, sinto...
Sinto?
Talvez
Pego, escrevo, vejo, sinto, escuto, digo, leio, penso...

Penso?

...Intrigante pensar o pensamento como matéria
A matéria que pensa matéria
Ah......Lavoisier! Sois belo, meu caro: "NA NATUREZA, NADA SE CRIA, NADA SE PERDE...TUDO SE TRANSFORMA"
Admiro a completude desta frase.

lundi, novembre 20, 2006

.........................meu computador quebrou, estou numa lan muito chata...............................
É por isso que a última atualização data de 1800 e pouco......................................................
MEU VESTIBULAR É SEMANA QUE VEM E EU ESTOU NERVOSA.
Não vejo a hora de ir pra Bahia, conhecer Maurício (um gênio com o qual só falo pela net), rever quem não vejo a um milênio e só.
hunff.

Ah...acabei ontem de ler BILHÕES E BILHÕES!! Comecei hoje a ler UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO!!
Muito boas essas sensações: a de acabar e a de começar a ler um livro...no caso dois, ah, esquece.
enfim.

mardi, octobre 31, 2006

Como uma boa cristã que eu não sou...


rsrs, acabo de chegar da igreja!
Fui ao aniversário de minha priminha...completou três aninhos hoje, que lindinha que ela é...
rsrs, vesti uma roupa e coloquei a minha melhor cara sarcástica, um certo olhar misto de pena, desprezo, uma vontade muito grande de rir...e o que eu posso fazer?
Não me considero superior, tenho que ser fiel à hipocrisia de nossa bela civilização.

Entro. As ovelhas, digo, as pessoas sentadas ouvindo o pastor e dizendo béééé, digo, amém.
Estava com a maior boa vontade para ouví-lo, não obstante, estava me sentindo uma espécie de entidade anti-cristo....mas eu não sou assim.
"Hoje comemoramos duas datas especiais: o aniversário da Reforma Protestante e o aniversário desta abençoada aqui, Rebequinha! Sabe, irmãos, a Humanidade passou muito tempo sem saber a Verdade. Antes, ela estava restrita a uma pequena minoria, os cléricos...blablabla. Mas no ano tal Deus concedeu a um monge, Martinho Lutero, que mostrasse a Verdade às pessoas, e só a partir daí foi que nós nos demos conta do poder de Deus..." É...interessante isso, eu só me pergunto por que Deus só permitiu que a Verdade fosse mostrada quando o contexto Europeu de então favoreceu a uma mudança de costumes, uma adaptação ao meio, ó meus irmão... Por que Ele esperou surgir a necessidade de uma religião que pudesse andar de mãos dadas ao capitalismo? Realmente, isso é muito interessante.¬¬
Façam-me o favor!
Ok, pior foi quando ele falou "...e os filhos devem ser encaminhados no caminho certo, no caminho da Igreja, no caminho do Senhor, amém? (Améééém) Longe das drogas, DO HOMOSSEXUALISMO..." Como assim? Tudo bem, longe das drogas até que vai...mas...............quer dizer que um homossexual é menos digno que um hetero? Olha, disso eu tenho nojo. E qual o problema em se relacionar com indivíduos do mesmo sexo? Gente! Os seres humanos pensam com o cérebro, não com os órgãos sexuais! Que coisa nojenta dizer que os gays são doentes...sinceramente. Existem patologias muito mais sérias.
Mas essa é a minha visão de mundo.
aiai..........depois disso veio a festinha e tal...bolinho, refrigerante, sorrisos vazios........enfim.
Ah, mas foi bom, não vou dizer que aquelas pessoas são desprezíveis (só um pouquinho..rsrs, brincadeira). Não, eles são seres humanos, são animais próximos, e eu os quero bem.
Mas que não venham me evangelizar.

dimanche, octobre 29, 2006

Eleições.........


Nossa.......esse segundo turno foi freud!
Eu só tenho um resultado a comemorar: A VITÓRIA LINDA DE LULA!
puts, o cara é um mito! Incrível. Eu tenho uma profunda admiração por ele, não só por ele ser nordestino, mas por ele ser tão inteligente. O cara marca presença mesmo, não é como aquele lerdo do Álcool em mim...que chega dá nojo de olhar....aquele sorriso forçado, artificial!
Lula não! Ele não precisa fingir simpatia, nem agarrar as pessoas, as pessoas é que vão ao encontro dele. Eu lamento muito não ter votado nele, já que tenho apenas 15 aninhos =(

Mas, em compensação.........AQUELE IMBECIL, LADRÃO, NOJENTO, FASCÍNORA, DISSIMULADO, RIDÍCULO, IDIOTA, AAAAAAAAAAAARRRRRRRRR DO CÁSSIO CUNHA LIMA ganhou!
Olhe...por essas e outras é que é difícil defender a plebe. Como é que o povo pode ser tão burro assim? Nessas horas eu quero até não ser compreensiva.
Mas tudo bem. Ele venceu por compra de votos, que saiu até em rede NACIONAL ontem...por trocas de favores (emprego), lá na sala mesmo tem várias pessoas que votam nele pelo emprego dos pais, assim é foda cara..........mas tudo bem.
Ok, eu não gosto muuuuuuuito de Maranhão, não vou com a cara dele. Não sei dizer pq realmente. Eu tenho arrepios qd ele diz "probemas" e rsrsrsrsrsrsrs:
VAMOS NIMINIZAR OS PROBEMAS DE TODOS OS ESTADOS DA PARAÍBA! hahahahahahhahahahahahhahaa....realmente.................mas eu queria que ele ganhasse.
Enfim.
Ah, mas eu preciso expressar minha raiva de Cássio....PUTA QUE O PARIUUUUUUUUUUU
pronto, estou bem mais tranqüila agora...mentira.
:(
:)

jeudi, octobre 26, 2006

Questão Relativa


Eles são tão hipócritas
Idiotas, mercenários, selvagens
- E se dizem civilizados...
Eles não sabem o que fazem
Mas eles fazem o mundo
E o mundo se perdeu no aparente espaço vazio
No qual está imerso
Eles estão perdidos...são desumanos
E os humanos são a síntese irônica
Da Humanidade
Eles desmoralizam o metabolismo, as desinências,
Subtraem o que deveria ser adicionado
Desmoralizam a matemática
Desmoralizam o que não conseguem compreender,
Numa contradição imprudente, inconseqüente...
Desmoralizam a moral;
A qual se reduz à imagem distorcida
Que fazem frente a um mundo distorcido
Eles são corruptos, egoístas
Sempre querem vencer
Não importando a quem ou a quê...
Eles esquecem que são animais
Elevam-se, rebaixam-se
Em um complexo dualismo imaginário
Mas quem são eles?
Será que não sabemos?
Por que não "Nós" e sempre "Eles"?
Quem delineia e onde está essa barreira?
"Nós" nunca somos culpados, por não querer ser,
Por que temos mania de vítima?Seríamos vítimas de nós mesmos? ANIMAIS!!
Sim, é com vocês...Por que vocês se espantam ao serem assim chamados?
Vocês são animais, nós somos!
Racionais ou Irracionais....Questão Relativa.

mercredi, octobre 25, 2006

Estou cansada.........



Poxa..........nem estou atualizando essa coisa................mas tudo bem, tenho meus argumentos.
E nem precisava ter, ora ora.
Final de ano, vários projetos, livros pra ler, pessoas no msn pra conversar (rsrsrs)

Mas eu não estou com raiva, nem entediada, nem insatisfeita........estou é muito feliz!
Principalmente com um projeto paralelo que eu arranjei! Um texto sobre Carl Sagan, escrito com um cara que eu acho simplesmente incrível!!

Sagan, Sagan.....excelente escritor, na oportunidade, leiam. Pois é, não posso vir aqui e escrever sobre outra coisa a não ser o texto, a feira de Ciências (Metodologia Científica!!), o VESTIBULAAAAAAAAAR, os livros que estão me preenchendo...
por falar nisso, estou acabando de ler um do Marcelo Gleiser do qual gostei muito.

A divulgação científica é muito necessária...já dizia Sagan. O que Gleiser faz não é de se dispensar. Já ouvi, no entanto, muitas críticas negativas a respeito do trabalho dele.
Não sou da Academia, não sou cientista, mas sou leitora. E tenho opinião crítica.
O livro que eu li, A Dança do Universo, não tem a beleza encantadora de um Pálido Ponto Azul, de um O Mundo Assombrado pelos Demônios, mas tem a beleza de um Gleiser rsrsrsrsrs, não era isso que eu queria falar.
O livro de Gleiser é muito bom. Escrito em uma linguagem clara, filosofa quando necessário, explica teorias também quando necessário. Eu diria bastante ponderado. ^^
Pois é, esse é um dos meus Universos. Numa casca de noz ou não, eu estou aqui dentro.

Ou não.

samedi, octobre 14, 2006

Lamentos (ou A viagem sem volta)


A Hindemburgo de Carvalho Lisboa,

que exerceu - e que ainda exerce - profunda influência sobre minha forma de ver o mundo. Que fique aqui a minha sincera homenagem e o meu modesto muito obrigado (ou seria muito obrigada?........hunff....)

Lamentos

A vida é uma árvore,
Os humanos são seus frutos.
Como não poderia deixar de ser,
Os maduros caem;Neste caso, a força da gravidade tem outro aspecto:
Age em proporção com a consciência
Alguns não suportam a queda
Realmente, o impacto é profundo
Principalmente se carregam muitos livros...
Muitos vagam
Vêem o solo, estudam sua natureza
Sentam-se, cansados, quando não acham sentidos
Lamentam-se...
Mas a Terra, este planeta desgraçado,
Lamenta-se mais ainda
Olha para o céu; vê os outros planetas,
De uma certa forma harmoniosos,
Invejando-os, interroga-se:
- Por que, com tantas outras superfícies,
Essa maldita árvore vem crescer logo em mim?!?
A Lua, este astro que sente-se atraído pela desgraça,
Tenta consolar:
- Não fale assim, esfera mofada, não vê que nós também
Somos atingidos e deformados por vários cometas?
- Sim, vejo. Mas continuo a falar, pois tenho
Consciência de que a minha desgraça é maior...
Esses vermes humanos me atingem, me deformam, me destroem.
São cometas que eu alimento, dou apoio
Mantenho presos...
Sei que nem todos são tão ignóbeis,
Elevo os que derrubo, quero-os perto de mim.
Esses me orgulham!
Porém confesso, Lua detenta, que chego a ficar feliz
Quando ouço dessas amebas amigas
Que há séculos andam construindo uma serra,
Para cortar essa árvore maldita.
Eu já ouço o barulho da destruição...
Quando virei, porfim, a viver em paz?
- Eu realmente não sei...Mas, a propósito,
Há um certo tempo venho observando a presença
De vários humanos por aqui.
São estranhos, silenciosos, intactos...
Vejo, agora mesmo, um senhor de barba branca
Sentado ao lado de um jovem e simpático rapaz - não obstante
Sua cara de paisagem, que é irritante -
Ambos estão cercados de criancinhas com asas
- não menos entediantes -, sabe do que se trata?
- Ah, tenho idéia...sempre achei que coisas do gênero
São meio aluadas, perdoe-me a sinceridade minha cara.
Trata-se de uma representação machista
(uma das, quero dizer) da força que mantém essa árvore viva.
Noutras palavras: eis uma expressão religiosa
É a mania que as pessoas têm de colocar tudo aos seus
Arredores e semelhanças... Só entendem o que querem
Talvez até exista um sentido para essa complicação
Mas só não é o que habita as mentes da maioria insana.
Vários são os credos, é verdade, mas vários também são os enganos
Os entorpecentes...
Quase sempre confundem os galhos intermináveis e confusos da árvore
Com terra firme, com realidade
Este fato não mais me surpreende, já Globalizaram os erros mesmo...
E até Humanizaram, pois no sentido generalizado,
Ser desumano é ser sensato
Mesmo que a moralidade grite por manter sua Ordem
Até o Sol eles arrajaram de ter como inimigo!
Concordo - e muito - com quem diz que seus raios
São ultraviolentos, e talvez isso seja, dentre outras coisas,
Decorrentes daquelas ilustrações ridículas e egocêntricas
Do Sol com carinha feliz...bem feito...olhe pra isto,
Já estou virando até masoquista!
- Esses pequeninos são perigosos mesmo, soube que vêem
Até um rosto humano em minha face...que imaginação fértil, heim?!?
Não sei como você suporta.
- Eis o poder da inteligência, da...consciência!
Mas, como já disse, nem todos os vermes são repugnantes
Alguns são bem interessantes
Têm pensamentos bem lógicos, escrevem bons livros
Fazem uma boa música, uma boa Arte...efim,
Me ajudam a suportar o peso, os sofrimentos.
Tenho pena destes, pois conseguem ouvir meus lamentos,
Sentem-se insignificantes...
- Razão pela qual não falta,
- Eu sei, é que...é que...É!

(Maíra Vasconcelos)

jeudi, octobre 12, 2006

Sobre como não devemos levar as coisas ao pé da letra.


Bem, na postagem anterior eu deixei uma lacuna...mais que isso: uma promessa!
Ou talvez menos...diria que uma proposta, que acabei fazendo sem ter pensado em nada antes...
Mas, que venha o esboço da "Teoria sobre como não devemos levar as coisas ao pé da letra"

Ora, um dos primeiros argumentos dessa Teoria é aquele que questiona a existência de um, quando não dois, pé na Letra! Gente, a Letra não tem pé! Poderia ter asas...mas hoje eu não quero ser metafórica...
Vejamos, o "nosso" querido Sol não nasce.
Nem se "põe".
Mas nosso egocentrismo é tão gigantesco que chega a colocar um Universo ao nosso redor.
Mas não era isso que eu queria evidenciar, até porque sei que nós precisamos de um referencial.
Assim sendo, quero colocar uma melancia no pescoço da seguinte frase: "O Sol está muito quente hoje"
Como assim? O Sol sempre está quente! Até mesmo de noite, caros humanos. Ele está sempre lá, tudo bem, ele se move também, mas continua quente.
Não é porque as órbitas nos proporcionam um certo desencontro que a temperatura do Sol diminui.
Mas se o leitor é sagaz o bastante para me colocar numa bela saia justa, ele perceberá que ao longo do escrito eu caí na tentação de colocar um pescoço em frase, ao ponto de pendurar-lhe um melancia!
Estaria eu imersa em um mundo metafórico? ............poxa.
Nossa linguagem é incrivelmente "intertextualizada".........mas isso não vem ao caso.
Confesso: vem. Vem e está na primeira fila do espetáculo. Ou não.
Mas, enfim...vocês já devem ter notado nossa dependência inequívoca para com as metáforas, certo?
Eu só não entendo por que não devemos fazê-las...talvez seja porque eu segui a linha do que havia dito antes e não quis perder o raciocínio.
Então não perderei.

Vejam, eis que a Resposta me chega à mente...ora ora, ela também já estava lá, mas esqueçam isso...a Resposta é a seguinte: se formos levar as coisas ao pé da letra, estaríamos parecendo demasiado infantis.
Ao ponto de colocar pescoços em frases - junto com as melancias! -, pés em letras, dentre outros exemplos que vocês mesmos podem dar.

Eis o mistério da fé!
Agora sim eu cheguei a um bom argumento!
Afinal, por quê nos prenderíamos à metáforas ridículas como, por exemplo, dizer que a mulher brotou da costela de um homem, não fosse nossa paixão-dependência em relação às metáforas?
Tudo são metáforas, meus caros!

E talvez essa seja a RAZÃO pela qual não devemos levar as coisas ao pé da letra...=X
Mas eu não estou querendo violentar a fé de ninguém, tampouco ser irônica...rsrs...afinal, é desumano dizer para uma criança que o Papai Noel não existe!
Fiquemos, pois, com nossas metáforas...com nossas crenças e descrenças.
Eu fico por aqui, sem mais delongas.

Correções à parte

Ah....devo fazer uma correção...
A minha impaciência falou a vocês que Renato Russo morreu no dia 10!
Quando na verdade ele morreu na madrugada do dia dez para o dia 11...rsrs, vcs entendem né?
Ai ai...
Mas vocês já perceberam que a gente nem sempre pode levar as coisas ao pé da letra?
Olha.....não fosse o meu tempo estourando e eu falaria mais sobre isso...
Depois eu formularei a minha "teoria sobre como não devemos levar as coisas ao pé da letra"..............
Ora....que viagem!

mardi, octobre 10, 2006

É tão estranho...os bons morrem jovens...Viva Renato Russo!


Dia 10 de outubro de 2006.
Dez anos após o último suspiro de Renato Russo...podem rotular de puro fanatismo.
Que rotulem.
Às vezes é bom olhar apenas para o que o que se sente, e não para o que sentem.

Enfim, o que eu sinto por ele é Amor, do mais puro, do mais sincero...a "Amizade verdadeira de um sepulcro para outro sepulcro", como dizia Augusto..........

Pois bem, o que mais eu posso sentir por uma pessoa que me ajudou a escrever meus medos, minhas paixões, pensamentos, revoltas, tristezas, angústias...?
Eu chego ao cúmulo de não questionar as coisas com as quais não concordo muito. Mesmo quando não concordo em nada, mesmo sabendo que, se fosse outra pessoa que tivesse escrito aquilo, eu iria achar meio cafônico. Ora, a contradição é inerente ao Ser Humano,e esse argumento é particularmente satisfatório...

Viva Renato Russo em nossas mentes (porque o que temos no coração são cavidades não-pensantes, inpedindo-o de sentir de fato alguma coisa...)

Fiquemos então com um pequeno escrito que eu rabisquei quando olhava (ou tentava enxergar) o poster que fica logo acima da minha cama, vale salientar que eu sou miope...ora, ora...não vamos entrar em detalhes!

E o teu rosto foi perdendo cada vez mais a nitidez
E você virou um vulto...
Um idolatrado vulto
Mas não era só você que estava desaparecendo diante de mim...
As palavras, o papel, os livros...
E eu saí da linha em que estava me escrevendo
Porque a essa altura - ou depressão, como queiram -
As lágrimas já estavam saindo para perguntar
O porquê de tanto choro
Elas vieram contemplar junto a mim
Tua imagem (des)focada...
Ó, meu belo Renato.

JÁ ME ACOSTUMEI COM A TUUUUUAA VOZ
QUANDO ESTOU CONTIGO ESTOU EM PAAAAAAAZ!

lundi, octobre 09, 2006

"As espécies evoluem"


Talvez Darwin não tivesse a intenção de ser tão abrangente ao afirmar que as espécies evoluem, mas o fato é que, paralelamente às evoluções - ou mudanças, posto que nem sempre evoluímos - que podemos chamar de físicas, estão as que temos por sociais.
À medida que a Humanidade vai criando noções de sociedade e vai moldando sua sobrevivência, ocorre um processo a que chamamos História. Em determinados pontos de seu desenrolar, estão situações críticas em que, por exemplo, é necessária uma mudança de hábitos.
Podemos deduzir, então, que esse caráter mutatório é uma característica nossa, não apenas, mas também nossa. Para citações de fatos, temos as passagens de um modo de produção para outro, de um regime político para outro, de uma corrente filosófica, artística, cultural para outra.
Falar do que já aconteceu, das mudanças que já se fiseram, constitue uma tarefa fácil em relação a falar das mudanças que estão acontecendo. Pois as mudanças nas quais estamos imersos ainda nos são confusas. Afinal, como definir nitidamente o que ainda não podemos ver ao todo? Como saber a hora de mudar?
Como bem disse Flávio Gikovate, "fugir dos nossos antigos hábitos de viver e pensar nos provoca medo e desproteção; porém, persistir neles nos tem causado brutal frustração", mas isso tudo não se deve a outra coisa senão a nossa capacidade de "adaptação ao meio".

samedi, septembre 30, 2006

Um rabisco

Teus olhos vazios me refletem
E eu também sou vazia, mas opaca.

ahhhhhh, como eu queria pular dessa brana pra outra...

Got a good reason!
(...) She was a daaaaaaaaaaaay tripper...no...my brain is a daaaay tripper!
Enfim.
Você não precisa entender, que fique bem claro.

Eis um momento de loucura documentado! yeah....interessante isso.


Veja: esse meu desespero é tão inútil!
Inútil, mas necessário...contradição infeliz...
Não, não "só" a contradição é infeliz.

Eu sou infeliz, sou uma contradição
Sou uma contradição infeliz!
E a minha essência é o desespero
Aquele que é inútil, mas necessário...
Talvez isso sirva de consolo...
Não. Isso definitivamente não serve de consolo!
E nem precisa servir...porque um coisa vã não merece crédito
Não merece, mas exige

Por isso, paredes, eu exijo vossa atenção, vosso consolo.
Ora, parem de dizer que já ouviram isso antes
Porque eu também já ouvi isso antes, aliás...como já dizia o grande Renato Russo...
SEMPRE MAIS DO MESMO...por mais que o mesmo mude,
Ele sempre será o mesmo
Porque ele é um sujeito que não gosta de contradições
E é por isso que não nos damos bem. (muitos risos)
E isso não teve graça. Mas você TAMBÉM pode rir.

dimanche, septembre 24, 2006

Conversão de uma mula

Boa noite
Imaginem, meu caros, que uma pergunta vive me chocando (no bom sentido, é claro)...
Quem precisa de ciência?
Como assim? Essa pergunta é ridícula! Pra mim, Ciência é uma palavra que se deve escrever SEMPRE com inicial maiúscula. Ciência! Coisa tão bela...sim, humanos, nós evoluímos, esqueceram? Não somos mais macacos. Seres Humanos= animais racionais. É muito doloroso o fato de muitas pessoas ignorarem esse Fato. Mas, à propósito...

CONVERSÃO DE UMA MULA

Quem precisa de ciência?
Para que saber como age a Natureza e compreender
Suas funções, suas profundidades, seu sentido...?
Afinal, somos mulas!
E mulas não precisam entender seu pasto.
Tão inútil essa física, essa química,
essa biologia, essa matemática, essa literatura...
Para que valorizar o pensamento?
Afinal, somos mulas e só queremos pastar!
Os poemas foram escritos exclusivamente para que eu não os entedesse,

Os poetas são criaturas tão egocêntricas e contraditórias...O que?
Você me chama de egocêntrico por isso?
Não, que equívoco o seu!
Eu realmente não consigo enxergar outra razão para isso.
Sou o centro das atenções, tenho um universo inteiro como palco
E quem criou tudo isso me é fiel!
O que? Me chama agora de pretensioso?
Não, que equívoco o seu!
Como pode ser tão prepotente?
É tão normal e belo e coerente e confortante ser mula!

Pastar aproveitando as regalias proporcionadas pelas outras mulas!
Aquelas que dizem entender o que pastam - questionando-o.
Aquelas que formulam uma teoria e conservam no próprio âmago
Sua própria de(s)teorização...
Ora, vejo que me chama de inútil!
Como pode? Não, que equívoco o seu!
Não queremos compreender o como, o por quê e o pra que de nosso pasto
Afinal, somos mulas e só queremos pastar!
Ora, mas que impertinente que és!

Que me diz agora? Que tenho um cérebro? Que posso pensar?
Quer dizer que é para isso que ele serve?
Não só para locomover meu corpo e meu bando?
Nossa! Agora vejo sentido no que dizias...
Mas que coisa é essa que tens nestes livros?
Um espelho? Deixe-me ver! Como assim? Sou um ser humano?E não uma mula?
Como pude apenas pastar por esse tempo todo?
Não, que equívoco o meu!

Eduardo


Ela mergulha na profundidade de seus pensamentos
Seu mundo se estende ao seu redor
Não precisa explicar a ninguém o que está havendo
Seu corpo sangra dissolvendo-se em seus lamentos
Suas células latejam um dualismo tácito
O qual a acostuma com o silêncio
Fazendo-a, no escuro, observar aquilo que - de certo modo - não está vendo

Eu observo seu olhar tetricamente contagiante-
Seu otimismo confunde-se com utopia
Seus momentos felizes confrontam-se com a certeza de que logo estará sozinha
A alegria não é mais seu objetivo
Desde que se fascinara com o que a fez despertar
Seus sonhos são, na verdade, o que chamam de realidade
Mas este é apenas mais um conceito que precisou modificar

Suas especulações fazem de mim um personagem onírico
E eu já nem sei quem se olha ao espelho...
Mas, não suportando dor tão imensa,
Abre seus olhos para dormir e pensa
E grita, e cala, e sonha, e vive...
Grita para que não precise apontar suas armas para a própria cabeça
Cala para voltar à casa em que reside
Sonha, ainda acordada, apreciando o jovem Titã a sua frente
Vive como a "pequena Deusa" enrolada na própria mente.

Este foi um poema que eu fiz pra um grande amigo meu, Eduardo, que fez um desenho e pediu pra que eu escrevesse alguma coisa em cima do que eu entendi sobre ele...mas eu acabei desenhando outra coisa depois de escrever o poema.
Está aqui o desenho...e é só.

Saudações Anarquistas.

Maiara

Bem, este poema surgiu na verdade depois de uma briga com minha irmã, Maiara, mas vocês podem tê-lo pelo nome de "A uma descontrolada" rsrsrsrs...até que as madrugadas em claro servem para alguma coisa...enfim.


Maiara
Você nem sabe, mas eu pensei em te pedir perdão
Mas o silêncio era tão grande
E estava tudo tão escuro
E eu me sentia tão sozinha
Que passei a temer por sua reação
Então o que eu precisava era esquecer
E imaginei um deus, que era bom, que eu amava
E ele estava lá em cima do telhado
E aquele barulho era ele...poque só ele estava acima de minha cabeça
Porque eu sabia que não estava em condições de ser superior
Mas só por causa disso.
Mas eu observei, minha cara, que ele era uma figura muito distante
Então criei anjos e demônios
E os anjos choravam por mim, e choravam comigo...
E eu os amei, eles eram bons.
Mas a boa senhora disse que os demônios eram maus
Então eu imaginei que os meus demônios eram maus
E eles estavam rindo de mim
E eles estavam transformando em vinho todas as minhas lágrimas...
E eu chorei por isso...
Mas eu fiquei irritada com tamanho desdém
Então eu quis destruí-los! E eu cheguei a tentar
Mas eles estavam na minha cabeça
Foi quando um deles me contou o porquê de tantos risos
E eu concordei com suas Razões
E passei a rir das minhas lágrimas
Porque elas eram realmente patéticas
E eu passei a achar todo aquele circo realmente engraçado
E me embebi de todo aquele vinho:
Pois o deus e os anjos estavam aos prantos agora...
E eu ouvi tua respiração tentando estancaro ruído humilhante do choro
Mas eu não me importava mais com isso
E todos se irritaram com meu desdém
E eu vi que meu amigo era bom, assim como eu
Porque a bondade, minha cara, é aquilo que vemos com bons olhos
Mas aquela situação era teatral, eu só não sabia se era mais tragédia ou comédia
Então nós bebemos a morte das outras personagens,
Porque eu não precisava mais delas.
Foi aí que eu ouvi a indiferença do relógio,
E louvei sua imparcialidade
E ninguém mais chorava, e meu amigo morreu de sede...
Mas eu não chorava mais, tampouco ria
E eu sabia que de nada adiantava chorar ou rir
Porque o relógio não parava

Não parava de me dar a prova...
E eu acabei.
Adormecendo.