vendredi, novembre 28, 2008

E o coração pulsava
Como se ex-pulsasse o sangue,
Querendo ficar sozinho em si.
Mas o sangue insistia em viver-lhe
Às cavidades, violento, revolto.
Abrira-se demasiado
Mas começou a pesar, não podia.
Nem podia poder, de qualquer forma.
Queria ficar só, apenas.
E a penas que nem sabia se valiam.
O medo de dar-se às euforias, o cérebro se lhe metia.
A insegurança, as contrações involuntárias,
As reações a favor do silêncio.
De novo.
"Mas você não conseguiu se abrir, estava quase conseguindo"
Chegou perto.
E os olhos esquivos, com medo de desabar-se naqueles olhares plenos
Planos, não os podia fazer.
Tudo a seu tempo.
E espaço.
Tudo em seus limites.
E nada de integrais, não agora.
Deixa sarar o que nem sei doer.

mardi, novembre 25, 2008

Não sei, mas precisava ficar sozinha.
Acho que o silêncio pesa menos
Quando se não fala só.
E do que falaria?
De uma vida apenas imaginada,
mas não vivida?
Não, pesa muito.
Não sei dizer..
E até o silêncio que se sente bem,
Por ser de cumplicidade,
pesado torna-se nalguns extremos de cansaço.

Meus verbos estão estancados, como meu sangue.
Como se minha boca uma grande e cicatrizada ferida aberta.

mardi, novembre 11, 2008

Assim como que

Para Anni.

A intenção é escrever que assim como qualquer coisa que esteja cheia de algo - qualquer que seja o algo, qualquer que seja a coisa -, mas cheia de quasestourar-se, transborda; assim como que para equilibrar não só a si, mas o próprio equilíbrio, mas o Tudo. Não sei, talvez uma tendência mesma que a Natureza tem de respirar. Sim! Assim como se Respira. Para equilibrar os fluidos, as pressões. Assim como a pupila se dilata, respirando Luz; como quando as ligações intra-extra-intermoleculares se rompem e preenchem-se o vazio. Assim como as coisas são sem o saber: escrevo esse agora que não se sabe.
Como que para colocar para fora do verbalizável o que nem sei como, nem por quê: assim como que pra descobrir. Para ver que forma tem, que dimensões, como que para entender, percebe? Assim como se conversasse com o papel, como se estivesse o papel (sic). Como se fosse brotar em alguma frase, como se rompesse algo (ligações intra-extra-interlinguísticas). Como que para deduzir o que estava querendo (se) romper: o delimitado. Como que, ao tentar descongestionar o nariz, fungasse e engolisse, você me entende, o que impedia a respiração. Mas aí aquilo continuaria Dentro, porque eu acabei de engolir e agora não sei bem onde está: na garganta, tentando falar?; nalgum canto da caixa toráxica? Um Canto ritmado com o pulsar obstinado de um coração que não tem nada a ver com isso; na tinta que quase pinga da caneta? (o pior é que é verdade.. é daquelas "porosas", sabe? Minhas mãos estão manchadas e eu tento escrever bem leve, quase que evitando tocar-me o papel). Sim, talvez esteja mesmo é nas palavras o que engoli para tentar respirar melhor, mas ainda assim elas ainda estão dentro e eu não sei onde, e nem sei o que quero cuspir no papel. Mas não sei se essa necessidade deve-se à Tendência Ao Equilíbrio ou mesmo à minha vontade de formular, de dimensionar, de verbalizar. Talvez isso seja um capricho, percebe? E pior. Talvez seja um capricho inútil, além de dispendioso.
Como uma necessidade tola de ter as coisas sob controle! Mas é como se se sentisse (saúde) asfixiada por estar percebendo que as coisas não estão sob controle - muito menos sob o seu; não o seu, o meu - e que isso é de tal forma por ser Natural. Como se fosse propriamente natural, Inclusive. Mas... aprendera a viver assim pra dentro, como se controlada pela razão, percebe? Assim imaginando todas as situações: no mais-que-perfeito. Criando personagens, sendo protagonista, interpretando espetacularmente todos os papéis, sendo o próprio palco, a própria platéia, a própria crítica. E mudando de cena (vida), invertendo os papéis, as canetas-agulha trans-bordantes. Isso pra saber cada palavra, cada nuance, cada sentimento, cada outra-pessoa. Assim para ser também a própria outra-pessoa.
Mas isso tudo num silêncio que começou a engasgar. E a lhe dizer que isso é um erro, uma coisa tola, que o certo (é louco tomar eletro-choque, o certo é saber que o certo é certo. Não se mete, Caetano) é viver pra fora, no Presente. Mas você viu? Logo Agora me aparece olhando daquela forma, como se Soubesse! É por isso também... é medo do desconhecido, é não ter certeza de que aquilo foi aquilo. Mas isso é outra coisa. Não, não é outra coisa, mas acho que você não entenderia agora, Nando. Mas a questão é essa: estou tentando o equilíbrio, o pra fora. Isso porque estou dentro também, entende? Não digo dentro de mim, feito catarro, mas dentro da Natureza. Da natureza que inclusive estou penando pra tentar entender como formularam. Injusto dizer assim... é necessário dimensionar, equacionar, descrever. Não para tentar explicar (escrever), mas para tentar entender (respirar). Pressinto uma morte por asfixia (incognosciva). Como se não conseguisse equilibrar-se harmonicamente com o fluido no qual imerso. Como se encontrasse dificuldade ainda com a equação de Bernoulli! Imagina quando levar em conta [literalmente(literalmente)] a viscosidade?! Dissipar-me-ei de vez? Humpf. E quando considerar a turbulência?! Tenho medo. Preciso aprender a respirar.
Aos poucos. Brotando. Fluindo. Vivendo. Pra dentro: do fora.





(Futura quem sabe por que não parte integrante ....!..integral imprópria, no caso.... de um futuro quem sabe por que não livro, onde Nando seria o personagem, mas enfim.)