dimanche, mai 16, 2010

construição



Que fiquem fora os que não souberem entrar
Minhas janelas continuarão abertas
Mas a porta, deixarei encostada.


Sou um dentro que nunca se soube
No que também fora não poderia
Mas sinto em volta qualquer envoltura
E dentro há o mesmo receio flexível
De uma porta encostada
Que já cansei de escancarar, vendo entrar apenas vento frio


Que chegue quem me souber o caminho
Quem sentir qualquer cheiro do que quer que seja
Mas que seja
Caso venha, a ser
E que não bata à porta
Deixe quem sabe um bilhete por debaixo
Ou cante qualquer luz perto da janela...
É de mim que me protejo.


Não posso mais dar meus céus a qualquer asa
Nem mesmo a quaisquer de minhas nuvens
Deixo que voem e pairem,
Mas sinto agora qualquer telhado.