samedi, novembre 03, 2007

Tô Sangrando

Entenda-se minha recusa a assistir com freqüência aos telejornais: http://www.rederecord.com.br/programas/domingoespetacular/conteudo_ver.asp?c=268


Foi o que a criança, segundo a mãe, falou: Tô Sangrando.


.








Eu queria dizer tudo Eu queria explicar as lágrimas em vez de só chorar. Eu queria que os neurônios soubessem, cada um, dizer cada uma das. "Tô sangrando"! Uma criança! Eu queria fazer alguma coisa que não quase asfixiar os pensamentos confusos e sem fusos e abruptos. Eu queria que as palavras -- todas elas -- se levantassem e impedissem e impedissem as mortes que se repetem. "Tô sangrando"! Uma criança! Escrever, escrever... pra quê? "Absolutamente perfeito, genial!" Pra quê? Pra chorar pelo que acontece ou pelo que não pára de acontecer? Aquela vontade de se esconder, João! Dada, imposta, outorgada a impossibilidade de aparecer.
Fechar-se
Parar de respirar Lutar contra o próprio bulbo contra si contrair-se
Contra o que não é sua culpa, por você já ter nascido aqui
em meio no meio sub.
"Tô sangrando"! Uma criança! Ela se escondia para sobreviver sub-viver


em meio no meio sub.
"Tô sangrando"! Uma criança! O último grito daquela criança...
E eu aqui escrevendo, pra quê? Que grandes contribuições não fluirão de minha pena? Quando uma bala fluiu e acertou essa criança?... fluiu de que mão? Do policial ou do traficante? "sinceridade" Havia sinceridade nos olhos do policial que tentou salvar o garoto, a mãe disse.
Havia sinceridade na bala, havia sinceridade no sangue do bandido no chão...
"Tô sangrando"! E o meu sangue? Circula em minhas veias indiferentes -- o sangue e as veias.
E o cérebro? Talvez. Por que me excluir? Não seria esse o âmago do problema?
Não estaríamos todos, sinceramente, nos livrando das culpas? Por termos todos (crianças, loucos, bandidos, policiais, poetas, cientistas, religiosos, jornalistas, escritores.. ad ad ad) nascido em meio do que já tinha meio? Olhemo-nos no espelho! Enlouquecemo-nos?
Meu Mestre se sente pequeno, o Meu mestre! Logo ele, todo ele...
"cuidado, meu amigo, não vá se estrepar. Não queira dar um passo maior que as pernas podem dar..." O olhar-se no Espelho anula a noção do tridimensional... teria Ele se olhado muito? Sim - o que disse. E o que vira? A si - o que pior. Ah, meu amor, meus amores... ...
A gente tem que saber a hora certa de fugir! FUGIR! daS realidadeS.
A realidade que sangra nos jornais... a realidade que dissolve o paupável, a realidade do espelho.
Espelha-se Reflete-se Reflita-se
A Grande Fuga! - String Quartet nº 13 in B-flat major. Ludwig Van! Meu mestre ama Voltaire!
Saiba fugir das realidades, meu amor. Saibam, meus amores!
Que eu saiba
Eu queria tanto que Marco estivesse aqui, papel.
A criança morreu.

mercredi, octobre 10, 2007

Adimensionável

Seria o temor da loucura
O que me força a hastear a bandeira da Imaginação
A meio pau?
Pois se o olhar-se no espelho anula a Noção
Do tridimensional,
Que pode a redoma das percepções afirmar
Sobre o fora-de-si?
O ver-ouvir-sentir: não mais que inter-ação.
{[( Ter-se por unidade -- eu => possa ser incoerente)]}
Estivessem os globos oculares para dentro...
* total * absorção *
Fujo
Procuro o eixo do que se convencionou por Normal
Encontro -- achamos...
-- Já vai dormir?
Fugir de um não-sei-o-quê para outro: Durmo.

vendredi, août 17, 2007

rabisco de Vácuo

Aiai... o meu Vácuo está me dando um certo trabalho. Escrevi há meses, mas, revendo algumas resoluções de Analítica, revi também meu poema abandonado. Algo me despertou a vontade de escrevê-lo. Escrevi. Acabei pondo coisas que, cá entre nós, deveria ficar de fora. Ficou algo muito confuso. Não sendo, pois, próprio de um....Vácuo. Mas talvez seja justamente isso. Tem coisa mais densa que o vazio? Ora....quanta bobagem. Poderia ser diferente? ¬¬


Enfim. Fato é que, quando eu digitalizo, ou reescrevo em qualquer canto de papel, mudo muita coisa. Mas dessa vez, algo (não) houve para que eu não concluisse. Ah, um dia sai.


No mais, deixe eu cantar, que é pro mundo ficar Odara, pra ficar tudo jóia-rara! Ai, Caetano é........lindo. No sentido mais amplo do termo.




Ah sim, antes que esqueça, o manuscrito:

lundi, juillet 23, 2007

Discurso sobre Metodologia Científica

Claro, não é algo que você leia e diga "Oh, que coisa concisa!" Um pequeno discurso que eu fiz em ocasião de uma feira de Ciências medíocre (aquela....). Pois é. Os exemplos de que falei foram experiências fracassadas (em parte) apresentadas por meus colegas com explicações decoradas, rsrs. Normal.
Mas foi bom, na medida do impossível. Nada que a gente olhe e diga "Oh, que desastre!". O que é bem pior.
========================== a quê?


Todos esses exemplos observados servem para ilustrar o modo como a Ciência funciona: com base em experimentos. Nada pode ser tido como cientificamente verdadeiro sem passar pelo filtro do Método Científico. Este é muito rigoroso, uma vez que o objetivo é sempre obter a máxima precisão nas observações. O método científico é, por assim dizer, o mecanismo de auto-correção, de auto-regulação da Ciência. Temos como destaque nesse método o par de complementares experimentação-teorização. A relação harmônica dessas duas faces impulsiona todo o processo (progresso) científico. Podemos dizer que a teoria domina o trabalho experimental, posto que este é feito de forma controlada, baseado em geral pelos conhecimentos/conceitos prévios do observador. Mas ainda assim, podemos dizer que a experimentação guia a teorização, já que o Método Científico permite que teorias sejam falseadas ou corroboradas pelas experimentações, ou seja, uma vez percebida incompatibilidade com alguma teoria ou com algum postulado, novos experimentos serão feitos para se verificar onde reside o erro. Caso a teoria esteja errada, mesmo sendo esta proposta por cientistas de grande autoridade, ela será ligeiramente - ou não - descartada, quando menos, descredibilizada. De acordo com os novos experimentos, novas teorias são formuladas. Da mesma forma, uma teoria é confirmada sempre que novos experimentos comprovem suas previsões. Estando os experimentos e as mudanças de conceitos presentes no âmago da Ciência, é correto afirmar que esta está em constante adaptação às evidências. É principalmente por essa Razão que algumas pessoas podem achar a Ciência como algo instável, incerto, por assim dizer,.....mas, a propósito, não seria essa instabilidade necessária, em vista da limitação que nos é própria?

samedi, juillet 07, 2007

vendredi, juin 22, 2007

Auto-retrato fracassado

Olho pro espelho que não me vê
Ele vê a boca que fala e cala
Mas não os olhos que não vêem


Tiro os óculos, abaixo um pouco a cabeça
A imagem embaçada me dá um sorriso
O sorriso que não me olha
Os olhos que não me sorriem

As figuras correm do papel
Aquele rosto quer viver livremente
Entre a lâmina de vidro e a película de prata
Quer chorar e sorrir
Ilustrar e cair
Somente aos olhos daqueles instantes que correm

Pobre da imagem que se colar ao papel
Ganhar um título, talvez
E se submeter nos espelhos
Dos que refletem sua angústia.

jeudi, juin 21, 2007

Carnaval da Bahia

O som e a porta fechada de um lado
O ventilador e a janela fechada do outro
A festa lá fora estremecia o chão
Em que a menina estava estirada
- Conversava com Sartre

Posição Relativa entre Circunferências

Por que eu quase calculei o delta
Mesmo sabendo que as circunferências eram internas?
Elas não têm ponto em comum
E eu já sabia disso!
Tanto trabalho pra depois ver que
Não era preciso um deslocamento...

***

A nobre e boa senhora me disse que eu vivo
Tentando achar sexo em anjo...
Ora, paredes, vocês ainda não entenderam a ligação covalente?
O ponto em comum que'u procuro não existe
As circunferências são internas
Chamem anjo, chamem demônio, chamem nomes
Eu chamo Consciência
Mesmo estando ciente da incongruência
Mas há quem chame Inconsciência
Sei não...e ainda me chamam de radical!

vendredi, juin 08, 2007

Sobre a Mediocridade, nada mais


Um professor genial, mas.....a indiferença que há na minha classe, me faz tremer só de pensar que eu posso vir a enfrentar a sala de aula.....



- E qual é o oposto disso? O Neoliberalismo!
- Mas se a gente comprar uns três quilos de carne, vai sobrar!
- Claro! Então vamos à Segunda Guerra Mundial: quais os condicionantes, os significados históricos?
- Posso ir ao banheiro?
- Olha só. A Segunda Guerra DESMASCARA a nossa civilização ocidental! Cartesiano, Mecanicista... É a "Era dos extremos"...toda uma tecnocracia estava a serviço de um radicalismo político, econômico...
- Eu sei! Mas eles ganharam na semana passada, não vai pra segunda divisão.

- Exato. Perceberam, crianças? nós vivemos num mundo fortemente dual!
- Tua mãe faz a fava, né? Aí tu leva...por que não?
- Porque, de religião, o inferno está cheio! Não é isso, falo de algo mais profundo...Ética!
- Mas tem de frango também...
- Uma das palavras mais utilizadas por Hitler é "ódio" e "vingança", porque a grande sacada dele foi a envolver a Nação, aguçar o Nacionalismo Alemão! Envolver todos nesse sentimento, perceberam? (risos) Minha gente, a massa, a multidão...é Irracional, não pensa!
- "Fastaí", professor.
- Finalmente, o Imperialismo Japonês. Na outra aula, concluímos.
- Eu vou, boy, mas lá em casa não pega não, tem que ser um DVD original.
- [fechando a porta] Até mais, crianças.

samedi, mai 19, 2007

Malemolência

Queria eu ser minha sombra
Deitar sobre o concreto
Tirar a profundidade da angústia que me abstrai
Trair a confiança dos que me têm real
Deixar minha consciência com duas dimensões
Erguer o inconsciente tridimencional
Palpável, permeável, profundo, surreal

Ele me levaria arrastada
Não para os instantes preditos
Mas para os campos floridos
Feridos, talvez, mas bonitos
Correria ao encontro do caminho

Deitaria sobre mim
Me protegeria da chuva ácida qu'eu derramo
Lá de dentro, chorando pra dentro
Deitaríamos sobre os sonhos
Dissolveríamos entre as flores
E nunca mais nos veriam
Viria a noite e levaria a existência
Foi-se a luz do Sol
Foi-se a sombra do que fui
Fui andando só
Fez-se flor do que ficou
- Mais uma flor do campo da Malemolência

dimanche, mai 06, 2007

Visitante (Marco Valladares)

Hoje, fiquei escutando canções
Que nunca ouvi junto com você,
Mas que são nossas canções.
E embarquei numa viagem boa
Por uma cidade que nunca fui;
Andando por ruas que nunca vi;
Até que cheguei em frente à casa
Onde sei que você espera
Que eu nunca bata à porta.
Assim o fiz, parado, olhando,
Esperanto que num momento,
Ao menos por um instantinho,
Você aparecesse na janela
E sorrisse este sorriso lindo
Sorrido apenas por você!
Cada canção trazia-me, então,
Um jeito de, ali, te esperar.
Melancólico, no compasso do blues;
Ansioso, em um rock oitentista;
Tenso, numa balada de amor;
Feliz, em todas as canções.
Você não veio à janela ver
Que eu estava a te esperar;
Mas pude ver, no seu jardim,
Uma flor em botão desabrochar.
Reguei-a com lágrimas de amor
E desliguei o som e o sonhar.
Hoje, fiquei escutando canções...

dimanche, avril 29, 2007

Baseado em fatos Arreais

Olhem só a normalidade como é linda!
Eu bato no banco, escuto o barulho
Olhem só como eu sou ridícula!
E essa risada compulsória que dou enquanto choro...
Mas que coisa familiar!
Os mesmo CD's, os mesmos livros...
Augusto passa as mãos carcomidas
Em minha cabeça atordoada e confusa
Olhem só com que gosto eu fecho porta
Rindo convensionalmente pra menina que sai
Ouviram? Exato, a música que ela cantava
Também me incomodava...
Aquele agudo no "amore mio"
E a observação que ela fez em "la vita di noi due"
Obrigavam-me a reações normais, convensionais...
Afinal, ela bateu no banco e merecia o barulho
Mesmo que calado, mentiroso e vazio
A propósito...este quarto está mui vazio
Quero companhia!
Quem me acompanha neste fim de "poema"?
Quem cantará pra mim depois que eu virar a folha?
Ah, Caetano! Alegria, Alegria!
Sem lenço, a camisa serve...
Sem documento, eles estão aqui
Mas nem por isso dizem quem sou
Por que não? Por que não?
A Realidade é sarcástica mesmo...
E, antes que o dia arrebente, olharei o relógio: 02:45!
E sorrirei tranqüila
Na extensão de minha mente que é esse quarto
Viva a Marta-tata, viva a mulata-tatatata
Mas eu não tenho roseira na mão direita...
Se a tivesse, dedicaria a Renato Russo...
Então, viva a Bahia-iaia!
Descartes está tão sugestivo nessa capa verde...lindo!
Bem que eu poderia estudar Matemática agora
Se aquela menina não fosse dormir
Mas, que tudo o mais vá pro inferno, meu bem!
E eu também vou...
Mas, antes, olhem só a normalidade como é linda!

samedi, avril 28, 2007

A postagem sem Título


EXISTE VIDA INTELIGENTE NA TERRA?
não necessariamente...

O que existe é a possibilidade de haver ignorância
A partir da capacidade de pensar.



A propósito, este ponto em "evidência" é o nosso planetinha lindo e, em tese, querido!!

samedi, avril 14, 2007

Poema Sem Título

"Uma imagem vale mais que mil palavras"
Mas a imagem de um milhão de lágrimas de nada vale
As palavras envenenadas e pontiagudas
A blusa ensangüentada de lágrimas
O sangue que não escorre
Do pulso que não sangra
O silêncio com que estrangula o suicídio
O espelho que não reflete o rosto
O rosto já insustentado pelo pescoço
A cabeça que se encosta na parede
O corpo sentado no chão do banheiro
Olha o espelho inalcançável
As mão esqueléticas que escalam a pia
E molham o rosto cansado
Acusam a semelhança entre a Vida e a Morte
Apontando tão somente para outras reações
-A porta que isola o Inexplicável
Que solta a Naturalidade
Do animal fadado à consCiência
A beleza que seca
No rosto que derrete
A sequidão que evapora a dor
A graça que a Consciência acha da (i)relevância
Pergunte o motivo
E o Eco vai responder
Que o clima estava tenso o bastante para se romper
- Tração exacerbada num fio ideal
Rompimento que afeta o ideário, quando real
A realidade que acorda o desespero
Pergunte a causa
E o Eufemismo vem correndo te gritar
Que do corpo...copo, já à boca que grita
Só faltava mesmo aquele cuspo
Verdade, não lhe bateu a face
Nem saiu em líquido bela boca da Nobre e boa Senhora,
Mas sua solidez estraçalhou os Sentidos
O ódio pela estupidez não deixa de ser estúpido
Mas o desprezo pela intolerância a deixa sozinha

vendredi, mars 23, 2007

Diálogo Imaginário

O que foi?
Tudo
E o que ainda não foi está indo
E o que não veio ainda vai
Pra onde eu não sei
Porquê muito menos
A menos que nada venha
No mais, eu vou
Bem sei que vou
Nem sei se bem
Nada de mais
Tudo de menos
Na catastrófica soma vetorial
Que é o estado em que estou
-De mãos dadas com a minha anti-partícula
Sigo sorrindo para a aniquilação

dimanche, mars 18, 2007

Lua Cheia em Quarto Minguante

"Se você quer saber como eu me sinto
Vá a um laboratório ou labirinto" (Cazuza)


Se sou eu um espelho abstrato,
Estou aos cacos
Sob colapso
Ao ligeiro relento
Sobre abismos
Às alturas
Prestes a cair
Como um inseto
A ser esmagado

Cá com minha própria metamorfose
Cacofonicamente ou não
Estou aos cacos

Ah, meu caríssimo Gregor Samsa!
Também eu pareço não ser compreendida
Falo o meu próprio dialeto
Penso ser clara, mais clara que penso
Mas claro que lá fora
Ainda há a mesma escuridão na qual
Os mesmos olhos mais atentos nada distingüem

Minhas redações estão cada vez mais obscuras
Mas eu as entendo!
Apenas eu percebo as conclusões das minhas teses
Eis o perigo da vida privada da sociedade
Isso bastaria não fosse o que ainda é
E o que ainda há
É a clareza distinta que há na obscuridade

É que a fonte de luz não consegue
Me iluminar por completo
Bilhões e bilhões de fontes me aguardam
Mas porquê aguardariam?
Pretensão infeliz...

Estou aos cacos
Num quarto que mingua
Estou aos berros
E ninguém entende minha língua
Estou suspensa
Perdida no espaço
Refletindo a luz do Sol para as trevas
Preciso dizer que estou cheia

Sou lua cheia em quarto minguante

samedi, mars 17, 2007

14-G

Contexto histórico-geográfico-científico-psicológico-socio-econômico-matemático-poético:
Estava estudando matemática, logicamente de madrugada, percebendo a consistência lindíssima de todos os cálculos. Volume 7- Geometria Analítica. Resolvia questões da página 14-G. Pelo celular, vi, surpresa, o número 00:38. Resolvi dar uma pausa, para comer e depois, dormir. Vou à janela, a fim de fechá-la. Observo a escuridão. Ahhhhhhhhhh, impossível ficar indiferente.


Estou tentando escrever um poema sem lágrimas
Assim como ficar de pé firmemente
Em frente à janela
Diante da mais completa escuridão pós 00:41
Escuridão na qual os olhos mais atentos

Nada distingüem
À exceção dos varais que sugerem
Cálculos de seno e co-seno
Antes a clareza estonteantemente bela
Do volume 7 dos Fundamentos de Matemática Elementar
Estou tentando acreditar que essa geometria perfeita
Não seja fruto do acaso
Estou analisando a possibilidade de um deus maravilhoso
Que teve a intenção de fazer tudo assim perfeito
- Tudo bem, prometo não chegar ao delírio não obstante o sono
Estou tentando crer numa Natureza auto-consciente
Dada a consistência matemática louvável
Mas na qual seríamos o inconsciente...
Quase caio pra trás!
Terá o meu equilíbrio lido o que acabo de escrever?
Ah, mas a fome é que não vê que agora
Eu não quero ir pra cozinha...
Porque quando eu chegar lá terei que agir sob conveniências
Terei que ser a imagem que os outros vêem ao me olhar
Humanos...vou comer
Não chorei, é bem verdade.Mas isso também não é um poema.

Presente do Tempo

Eu sou o presente
Presente do tempo, talvez
Meu futuro são os segundos que se seguem
Eu vou seguindo sem parar
Até que parem de seguir
Daí em diante,
Ficarei presa no presente que passou

O presente é uma cadeia
O tempo, pena perpétua

E o futuro não vai me lembrar
Tampouco me saber
- Grades opacas as do presente

Ah, o desprezo é a pior coisa que existe e não pensa
E o passado são gritos
Dos presos do presente que passou

Mas se o passado é o presente que passa,
Que passa, quem passa?
O que pára ou não?

E o passado são cantos tristes
Dos que ficaram no presente que passou
Ele vem pra nos levar
E, nos levando, nos ensina os mesmos cantos
Pros futuros presos ouvirem
E pros que conseguirem ouvir
Começarem a Bela Arte

Já os surdos, os cegos, os mudos, os Tolos
Ignoram tudo, os ignorantes não sofrem...
"É pena não ser burro, não sofria tanto"

Mas de que vale a ignorância dada a Consciência?
E de que vale a Consciência dada a ignorância?
Com ou sem Ciência, os ignorantes ignoram a si.
E os ignorantes são o próprio desprezo

Ah, o desprezo é a pior coisa que existe e não pensa
Só sei que logo penso.

vendredi, mars 09, 2007

Para Ilustrar...


Às vezes eu surto e começo a desenhar.
Não é sempre.

vendredi, mars 02, 2007

Densas vagas

Lá está o navio
Sempre no mar a boiar
Toda a Vida lá está
Sempre a rir e chorar

Tempestades furiosas
Ainda não os fiseram afundar
Resistem à morte e à vida
E o Ilógico motivo que os fazem navegar

Puxam frases que corroem o rítmo

Mas as ondas continuam a passar
Esquecendo o pobre nobre navio
A energia concretizada a boiar
A vida concreta, rachando ao Sol
Apela ao abstrato para imaginar

O cenário não passa de vaso sanitário
Por que Deus a criou e fez boiar?
Que ele não queira dar descarga
Aonde iremos parar?

Noutro mar muito maior
Aonde os esgotos nos levam a gritar
De lá podemos ver Deus
- Descendo ralo a baixo.

Era a imagem que queríamos ter a se quebrar
Foi a imagem que no infinito se encontrou
São imaginações que fazem cenários, ainda por se formar
Ações que nem se pode imaginar

Perdoem, vidas, longas frases densas
Que cá se fazem vagar
Mas tudo são ondas
Dúvidas e medos que se fazem mar

E cá está o navio
Sempre no mar a boiar
Toda a Vida cá está
Sempre a rir e chorar.

dimanche, février 25, 2007


...pois que entrei em minha "fase" Raul Seixas!!

...pois que penso em escrever um livro.

Dois


Um apenas com poemas, juntamente com MARCO VALLADARES
genial, não há outra palavra pra definir esse cara...há, não mais que sinônimo.

Com ou sem dúvidas, um marco na minha vida...

E um outro, não é certo, também não é errado...um projeto, ou menos: um desejo, ou mais: uma pretensão. Ou qualquer coisa que impulsione. Os pulsos aguardam apenas um impulso mais viável, ou não. Não há certezas.

Agora estou com sono, de modo que não me levantarei daqui para pegar uns escritos novos no meu caderno que prova o caráter entrópico das coisas. Não deixa de ser...a entropia é representada graficamente por aquelas páginas............algo muito mais interessante que esse blog, todo arrumadinho, com margens prescritas (programadas), porém não mais legível. Detalhe básico...nada supera um bom rabisco, as palavras que transcendem linhas, despencam ao fim da folha voam ao rodapé mergulham umas sobre as outras, quando escrevo no escuro de um quarto, ah...é bem mais poético.

Tudo bem, vou parar de escrever como se estivesse em um diálogo com um possível leitor, até porque..........................não, explicarei em próxima postagem.

samedi, février 24, 2007

rsrs, hoje sim aconteceu algo interessante. Lá vou eu comprar ovos, quando vejo o jornal que estava em cima do balcão - o que iria envolver a minha grade. A gravura de um cérebro me chamou a atenção. Aproximo-me. Na verdade, aproximo-me bastante, já que sou miope...Enfim, vejo que se trata de uma matéria "gigantesca" a respeito de Ciência. Motivo das aspas? A dificuldade de se encontrar três linhas consecutivas com temas científicos em um jornal popular. Vibro ao ver que vou levar o jornal...felicidade instantânea.
Era uma matéria sobre criobiologia e imortalidade, uns estudos que estão sendo feitos no sentido de manter a baixas temperaturas cérebros humanos a fim de que, num futuro relativamente próximo, sejam "implantados" em corpos mecânicos - o que se supõe conservar todo o tecido intelectivo e memorial das respectivas dos que já se foram.

Achei isso bem interessante. Mas confesso estar com um pé atrás.
Reafirmando a minha resposta a quem pergunta se eu acredito em Deus, posso também dizer o que se segue: Acredito mesmo na minha ignorância. Não me vejo em condição de afirmar que não é possível, tampouco que é possível.

E tenho dito. rsrs.

A ausência de forma imperativa para a primeira pessoa me obriga a tratar o espelho como a outra pessoa...


"A minha respiração sussurra o que ainda está vivo"

Ela disse certa vez

Disse enquanto vivia

E antes de morrer, dirá que

Deitou-se no chão de certo salão

Ouvia Cazuza, e aquela vivacidade

Já havia morrido

E enquanto acariciava o cadáver

Indolente de uma aranha que estava

Na caixa de som,

Olhava a fotografia da falecida avó...


O sarcástico é que ela não sabe aonde

Vai e voa o pensamento que soltou

Nem o que vai acontecer com o que ficou

Se vai com ela

Se ela vai ficar

Ou se vai voar.

mardi, février 20, 2007

Números Complexos

Isso é o que dá gostar de Matemática e de Literatura ao mesmo tempo...

Tudo estava bem...
Ela fumava os Fundamentos da Matemática Elementar
Cheirava Cazuza naquelas páginas antigas
Mas entre aqueles números
Havia um certo papel dobrado
Havia tanto tempo ali
Que os cupins se deram ao luxo de fazer únicos furos
- Atravessando Tudo como flechas
Ai, foi aí que ela sentiu a neuralgia
E doeu tanto...
Sei porque suas mãos foram ao peito
Com a intenção de estancar a Saudade que escorria
Pelo quarto
Naquele papel estava um esquema-resumo
Que seu pai preparara
Há Tempos (faixa belíssima de Mais do mesmo...)
O cd estava a sua frente, como sempre
E de novo aquilo se repetia:
Lágrimas e depois, poema.
Quando ela foi me olhar,
Contraiu toda a sua angústia em uma imagem
Que adentrava o Sangue Latino, de Ney Matogrosso
Mas aquele sangue circulava nela
Eu era e sou apenas a imagem
A imagem de uma matéria instável
Zeus!
Será que ela é real? E eu virtual?
Ou é tudo uma questão de números imaginários?
E, para nossa tristeza, logo após seremos
Igual a menos um
Uma demonstração simples...uma lógica que assusta
Tudo é complexo demais para ser real
Mas está aí: o Real é parte da Complexidade!
Eu ainda quero descobrir o conjunto dos Surreais,
Também dentro dos complexos, logicamente
Talvez eu me enquadre melhor nele
Já que não sou natural
Nem inteira
Nem racional (...)
Nem irracional
Nem real - vai saber
E ainda dizem que a Matemática não faz sentido

01:06, mais ou menos
Ela dobra o papel, fecha a "Bíblia"
- Nada mais de conceitos por aquela noite
Agora ela vai
Perder-se nos braços de sua imaginação...
Enquanto eu fico por aqui
Nessa ponta de caneta
Nesse ponto final .

jeudi, janvier 18, 2007

Há muito tenho tentado carregar meus desenhos no blog. Não compreendo a razão de não conseguir. Nunca carega. Então que se dane. Ao menos por enquanto. É sempre bom.........ah, esquece.

...

Eu adoraria dizer que estou bem. Mas nunca estive tão confusa. A respeito de tudo.
Que inveja dessa formiga que passeia livremente pelo protetor de tela...Sim, "viver é uma dádiva fatal..." e "o maior segredo é não haver mistério algum...". Das músicas da Legião, destaco apenas o que me agrada. E acrescento o que me convêm. Não é possível amar as pessoas como se não houvesse amanhã, embora seja preciso...
Normal, é assim com todas as religiões.¬¬

Não, não falarei da falta de confiança que sinto em alguns casos e do excesso da mesma em outros. Ahhhh, vida louca vida.

Então...por que não analizar o motivo que eu tenho de vir aqui e escrever essas coisas.
Registrar o quê? Pra quem ler?
E qual a razão de discorrer a respeito da minha vida.
É. Devo ser uma criança, uma criança mimada. ¬¬
Ridículo isso.

Não falarei das coisas que acontecem na minha vida
Apenas das que a minha vida faz acontecer.

Ou não.

jeudi, janvier 11, 2007

Inter-ferir

A respiração sussurra o que ainda está vivo
A boca aberta escancara a perplexidade
Todos aqueles gritos estancados pelo silêncio
Todos aqueles versos livres
Pela prisão ecoam
E aquela garota que escreve no escuro
Deita-se rapidamente, esconde o caderno e o nanquin
Toda a ópera se cala
O teatro fecha as portas
Tudo lateja assustado no pobre corpo caído
E o ninguém que abriu a porta
Permitiu que ela visse as palavras
Confundirem-se com a cadeia carbônica ao fim da folha
E ela vê que não há mais espaço
Para sua grandesa
Tampouco para sua pequenez
Pobre alma
Dorme sem explicar à folha e àquele público tétrico
Que a assiste da arquibancada funéria e sarcástica
O Porquê das lágrimas e dos devaneios
O enrêdo que daria sentido ao delírio
Paupérrimo delíro, paupérrima vida, nobre pobresa
Pobre alma
Dorme sem saber se o caboclo ouviu suas ironias
Suas explicações e suas injúrias
Dorme sem abraçar Il Trovatore
E ela só queria entender a razão do indivíduo
Que interfere destrutivamente na razão alheia
"Mas eles nunca me farão o mal que vocês estão me fazendo"
Ela teria dito isso a quem queria seu bem,
Não fosse a mordaça infeliz do silêncio
Dos que se calam.