"Se você quer saber como eu me sinto
Vá a um laboratório ou labirinto" (Cazuza)
Se sou eu um espelho abstrato,
Estou aos cacos
Sob colapso
Ao ligeiro relento
Sobre abismos
Às alturas
Prestes a cair
Como um inseto
A ser esmagado
Cá com minha própria metamorfose
Cacofonicamente ou não
Estou aos cacos
Ah, meu caríssimo Gregor Samsa!
Também eu pareço não ser compreendida
Falo o meu próprio dialeto
Penso ser clara, mais clara que penso
Mas claro que lá fora
Ainda há a mesma escuridão na qual
Os mesmos olhos mais atentos nada distingüem
Minhas redações estão cada vez mais obscuras
Mas eu as entendo!
Apenas eu percebo as conclusões das minhas teses
Eis o perigo da vida privada da sociedade
Isso bastaria não fosse o que ainda é
E o que ainda há
É a clareza distinta que há na obscuridade
É que a fonte de luz não consegue
Me iluminar por completo
Bilhões e bilhões de fontes me aguardam
Mas porquê aguardariam?
Pretensão infeliz...
Estou aos cacos
Num quarto que mingua
Estou aos berros
E ninguém entende minha língua
Estou suspensa
Perdida no espaço
Refletindo a luz do Sol para as trevas
Preciso dizer que estou cheia
Sou lua cheia em quarto minguante
dimanche, mars 18, 2007
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1 commentaire:
poema para ser lido ao som decadentista da legião urbana com pitadas de maria callas...
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