Queria eu ser minha sombra
Deitar sobre o concreto
Tirar a profundidade da angústia que me abstrai
Trair a confiança dos que me têm real
Deixar minha consciência com duas dimensões
Erguer o inconsciente tridimencional
Palpável, permeável, profundo, surreal
Ele me levaria arrastada
Não para os instantes preditos
Mas para os campos floridos
Feridos, talvez, mas bonitos
Correria ao encontro do caminho
Deitaria sobre mim
Me protegeria da chuva ácida qu'eu derramo
Lá de dentro, chorando pra dentro
Deitaríamos sobre os sonhos
Dissolveríamos entre as flores
E nunca mais nos veriam
Viria a noite e levaria a existência
Foi-se a luz do Sol
Foi-se a sombra do que fui
Fui andando só
Fez-se flor do que ficou
- Mais uma flor do campo da Malemolência