vendredi, juin 22, 2007

Auto-retrato fracassado

Olho pro espelho que não me vê
Ele vê a boca que fala e cala
Mas não os olhos que não vêem


Tiro os óculos, abaixo um pouco a cabeça
A imagem embaçada me dá um sorriso
O sorriso que não me olha
Os olhos que não me sorriem

As figuras correm do papel
Aquele rosto quer viver livremente
Entre a lâmina de vidro e a película de prata
Quer chorar e sorrir
Ilustrar e cair
Somente aos olhos daqueles instantes que correm

Pobre da imagem que se colar ao papel
Ganhar um título, talvez
E se submeter nos espelhos
Dos que refletem sua angústia.

5 commentaires:

Lalo Oliveira a dit…

Posso ver cada movimento...
Bomo poema, flor!
=*

m. a dit…

GENTE, ELA É MINHA IRMÃ!!rs

Flávia a dit…

Maíra, que lindo! Parabéns pela sensibilidade e pelo bom gosto do seu blog.

Como vc, também amo poesia. E escrevo. Ficarei honrada se puder me visitar um dia.

Beijos!

Marco Valladares a dit…

Menina... Maíra...

Marco Valladares a dit…

Maíra... Menina...