vendredi, mars 02, 2007

Densas vagas

Lá está o navio
Sempre no mar a boiar
Toda a Vida lá está
Sempre a rir e chorar

Tempestades furiosas
Ainda não os fiseram afundar
Resistem à morte e à vida
E o Ilógico motivo que os fazem navegar

Puxam frases que corroem o rítmo

Mas as ondas continuam a passar
Esquecendo o pobre nobre navio
A energia concretizada a boiar
A vida concreta, rachando ao Sol
Apela ao abstrato para imaginar

O cenário não passa de vaso sanitário
Por que Deus a criou e fez boiar?
Que ele não queira dar descarga
Aonde iremos parar?

Noutro mar muito maior
Aonde os esgotos nos levam a gritar
De lá podemos ver Deus
- Descendo ralo a baixo.

Era a imagem que queríamos ter a se quebrar
Foi a imagem que no infinito se encontrou
São imaginações que fazem cenários, ainda por se formar
Ações que nem se pode imaginar

Perdoem, vidas, longas frases densas
Que cá se fazem vagar
Mas tudo são ondas
Dúvidas e medos que se fazem mar

E cá está o navio
Sempre no mar a boiar
Toda a Vida cá está
Sempre a rir e chorar.

2 commentaires:

Anonyme a dit…

=D

Anonyme a dit…

"Aonde os esgotos nos levam a gritar
De lá podemos ver Deus
- Descendo ralo a baixo."
imagens fortes de uma poesia rasgada há solidão,revolta e até um certo desespero. Que Deus nunca volte do seu esgoto