O que foi?
Tudo
E o que ainda não foi está indo
E o que não veio ainda vai
Pra onde eu não sei
Porquê muito menos
A menos que nada venha
No mais, eu vou
Bem sei que vou
Nem sei se bem
Nada de mais
Tudo de menos
Na catastrófica soma vetorial
Que é o estado em que estou
-De mãos dadas com a minha anti-partícula
Sigo sorrindo para a aniquilação
vendredi, mars 23, 2007
dimanche, mars 18, 2007
Lua Cheia em Quarto Minguante
"Se você quer saber como eu me sinto
Vá a um laboratório ou labirinto" (Cazuza)
Se sou eu um espelho abstrato,
Estou aos cacos
Sob colapso
Ao ligeiro relento
Sobre abismos
Às alturas
Prestes a cair
Como um inseto
A ser esmagado
Cá com minha própria metamorfose
Cacofonicamente ou não
Estou aos cacos
Ah, meu caríssimo Gregor Samsa!
Também eu pareço não ser compreendida
Falo o meu próprio dialeto
Penso ser clara, mais clara que penso
Mas claro que lá fora
Ainda há a mesma escuridão na qual
Os mesmos olhos mais atentos nada distingüem
Minhas redações estão cada vez mais obscuras
Mas eu as entendo!
Apenas eu percebo as conclusões das minhas teses
Eis o perigo da vida privada da sociedade
Isso bastaria não fosse o que ainda é
E o que ainda há
É a clareza distinta que há na obscuridade
É que a fonte de luz não consegue
Me iluminar por completo
Bilhões e bilhões de fontes me aguardam
Mas porquê aguardariam?
Pretensão infeliz...
Estou aos cacos
Num quarto que mingua
Estou aos berros
E ninguém entende minha língua
Estou suspensa
Perdida no espaço
Refletindo a luz do Sol para as trevas
Preciso dizer que estou cheia
Sou lua cheia em quarto minguante
Vá a um laboratório ou labirinto" (Cazuza)
Se sou eu um espelho abstrato,
Estou aos cacos
Sob colapso
Ao ligeiro relento
Sobre abismos
Às alturas
Prestes a cair
Como um inseto
A ser esmagado
Cá com minha própria metamorfose
Cacofonicamente ou não
Estou aos cacos
Ah, meu caríssimo Gregor Samsa!
Também eu pareço não ser compreendida
Falo o meu próprio dialeto
Penso ser clara, mais clara que penso
Mas claro que lá fora
Ainda há a mesma escuridão na qual
Os mesmos olhos mais atentos nada distingüem
Minhas redações estão cada vez mais obscuras
Mas eu as entendo!
Apenas eu percebo as conclusões das minhas teses
Eis o perigo da vida privada da sociedade
Isso bastaria não fosse o que ainda é
E o que ainda há
É a clareza distinta que há na obscuridade
É que a fonte de luz não consegue
Me iluminar por completo
Bilhões e bilhões de fontes me aguardam
Mas porquê aguardariam?
Pretensão infeliz...
Estou aos cacos
Num quarto que mingua
Estou aos berros
E ninguém entende minha língua
Estou suspensa
Perdida no espaço
Refletindo a luz do Sol para as trevas
Preciso dizer que estou cheia
Sou lua cheia em quarto minguante
samedi, mars 17, 2007
14-G
Contexto histórico-geográfico-científico-psicológico-socio-econômico-matemático-poético:
Estava estudando matemática, logicamente de madrugada, percebendo a consistência lindíssima de todos os cálculos. Volume 7- Geometria Analítica. Resolvia questões da página 14-G. Pelo celular, vi, surpresa, o número 00:38. Resolvi dar uma pausa, para comer e depois, dormir. Vou à janela, a fim de fechá-la. Observo a escuridão. Ahhhhhhhhhh, impossível ficar indiferente.
Estou tentando escrever um poema sem lágrimas
Assim como ficar de pé firmemente
Em frente à janela
Diante da mais completa escuridão pós 00:41
Escuridão na qual os olhos mais atentos
Nada distingüem
À exceção dos varais que sugerem
Cálculos de seno e co-seno
Antes a clareza estonteantemente bela
Do volume 7 dos Fundamentos de Matemática Elementar
Estou tentando acreditar que essa geometria perfeita
Não seja fruto do acaso
Estou analisando a possibilidade de um deus maravilhoso
Que teve a intenção de fazer tudo assim perfeito
- Tudo bem, prometo não chegar ao delírio não obstante o sono
Estou tentando crer numa Natureza auto-consciente
Dada a consistência matemática louvável
Mas na qual seríamos o inconsciente...
Quase caio pra trás!
Terá o meu equilíbrio lido o que acabo de escrever?
Ah, mas a fome é que não vê que agora
Eu não quero ir pra cozinha...
Porque quando eu chegar lá terei que agir sob conveniências
Terei que ser a imagem que os outros vêem ao me olhar
Humanos...vou comer
Não chorei, é bem verdade.Mas isso também não é um poema.
Estava estudando matemática, logicamente de madrugada, percebendo a consistência lindíssima de todos os cálculos. Volume 7- Geometria Analítica. Resolvia questões da página 14-G. Pelo celular, vi, surpresa, o número 00:38. Resolvi dar uma pausa, para comer e depois, dormir. Vou à janela, a fim de fechá-la. Observo a escuridão. Ahhhhhhhhhh, impossível ficar indiferente.
Estou tentando escrever um poema sem lágrimas
Assim como ficar de pé firmemente
Em frente à janela
Diante da mais completa escuridão pós 00:41
Escuridão na qual os olhos mais atentos
Nada distingüem
À exceção dos varais que sugerem
Cálculos de seno e co-seno
Antes a clareza estonteantemente bela
Do volume 7 dos Fundamentos de Matemática Elementar
Estou tentando acreditar que essa geometria perfeita
Não seja fruto do acaso
Estou analisando a possibilidade de um deus maravilhoso
Que teve a intenção de fazer tudo assim perfeito
- Tudo bem, prometo não chegar ao delírio não obstante o sono
Estou tentando crer numa Natureza auto-consciente
Dada a consistência matemática louvável
Mas na qual seríamos o inconsciente...
Quase caio pra trás!
Terá o meu equilíbrio lido o que acabo de escrever?
Ah, mas a fome é que não vê que agora
Eu não quero ir pra cozinha...
Porque quando eu chegar lá terei que agir sob conveniências
Terei que ser a imagem que os outros vêem ao me olhar
Humanos...vou comer
Não chorei, é bem verdade.Mas isso também não é um poema.
Presente do Tempo
Eu sou o presente
Presente do tempo, talvez
Meu futuro são os segundos que se seguem
Eu vou seguindo sem parar
Até que parem de seguir
Daí em diante,
Ficarei presa no presente que passou
O presente é uma cadeia
O tempo, pena perpétua
E o futuro não vai me lembrar
Tampouco me saber
- Grades opacas as do presente
Ah, o desprezo é a pior coisa que existe e não pensa
E o passado são gritos
Dos presos do presente que passou
Mas se o passado é o presente que passa,
Que passa, quem passa?
O que pára ou não?
E o passado são cantos tristes
Dos que ficaram no presente que passou
Ele vem pra nos levar
E, nos levando, nos ensina os mesmos cantos
Pros futuros presos ouvirem
E pros que conseguirem ouvir
Começarem a Bela Arte
Já os surdos, os cegos, os mudos, os Tolos
Ignoram tudo, os ignorantes não sofrem...
"É pena não ser burro, não sofria tanto"
Mas de que vale a ignorância dada a Consciência?
E de que vale a Consciência dada a ignorância?
Com ou sem Ciência, os ignorantes ignoram a si.
E os ignorantes são o próprio desprezo
Ah, o desprezo é a pior coisa que existe e não pensa
Só sei que logo penso.
Presente do tempo, talvez
Meu futuro são os segundos que se seguem
Eu vou seguindo sem parar
Até que parem de seguir
Daí em diante,
Ficarei presa no presente que passou
O presente é uma cadeia
O tempo, pena perpétua
E o futuro não vai me lembrar
Tampouco me saber
- Grades opacas as do presente
Ah, o desprezo é a pior coisa que existe e não pensa
E o passado são gritos
Dos presos do presente que passou
Mas se o passado é o presente que passa,
Que passa, quem passa?
O que pára ou não?
E o passado são cantos tristes
Dos que ficaram no presente que passou
Ele vem pra nos levar
E, nos levando, nos ensina os mesmos cantos
Pros futuros presos ouvirem
E pros que conseguirem ouvir
Começarem a Bela Arte
Já os surdos, os cegos, os mudos, os Tolos
Ignoram tudo, os ignorantes não sofrem...
"É pena não ser burro, não sofria tanto"
Mas de que vale a ignorância dada a Consciência?
E de que vale a Consciência dada a ignorância?
Com ou sem Ciência, os ignorantes ignoram a si.
E os ignorantes são o próprio desprezo
Ah, o desprezo é a pior coisa que existe e não pensa
Só sei que logo penso.
vendredi, mars 09, 2007
vendredi, mars 02, 2007
Densas vagas
Lá está o navio
Sempre no mar a boiar
Toda a Vida lá está
Sempre a rir e chorar
Tempestades furiosas
Ainda não os fiseram afundar
Resistem à morte e à vida
E o Ilógico motivo que os fazem navegar
Puxam frases que corroem o rítmo
Mas as ondas continuam a passar
Esquecendo o pobre nobre navio
A energia concretizada a boiar
A vida concreta, rachando ao Sol
Apela ao abstrato para imaginar
O cenário não passa de vaso sanitário
Por que Deus a criou e fez boiar?
Que ele não queira dar descarga
Aonde iremos parar?
Noutro mar muito maior
Aonde os esgotos nos levam a gritar
De lá podemos ver Deus
- Descendo ralo a baixo.
Era a imagem que queríamos ter a se quebrar
Foi a imagem que no infinito se encontrou
São imaginações que fazem cenários, ainda por se formar
Ações que nem se pode imaginar
Perdoem, vidas, longas frases densas
Que cá se fazem vagar
Mas tudo são ondas
Dúvidas e medos que se fazem mar
E cá está o navio
Sempre no mar a boiar
Toda a Vida cá está
Sempre a rir e chorar.
Sempre no mar a boiar
Toda a Vida lá está
Sempre a rir e chorar
Tempestades furiosas
Ainda não os fiseram afundar
Resistem à morte e à vida
E o Ilógico motivo que os fazem navegar
Puxam frases que corroem o rítmo
Mas as ondas continuam a passar
Esquecendo o pobre nobre navio
A energia concretizada a boiar
A vida concreta, rachando ao Sol
Apela ao abstrato para imaginar
O cenário não passa de vaso sanitário
Por que Deus a criou e fez boiar?
Que ele não queira dar descarga
Aonde iremos parar?
Noutro mar muito maior
Aonde os esgotos nos levam a gritar
De lá podemos ver Deus
- Descendo ralo a baixo.
Era a imagem que queríamos ter a se quebrar
Foi a imagem que no infinito se encontrou
São imaginações que fazem cenários, ainda por se formar
Ações que nem se pode imaginar
Perdoem, vidas, longas frases densas
Que cá se fazem vagar
Mas tudo são ondas
Dúvidas e medos que se fazem mar
E cá está o navio
Sempre no mar a boiar
Toda a Vida cá está
Sempre a rir e chorar.
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