vendredi, novembre 20, 2009
Sinto algo externo a mim presente, como se viesse e me envolvesse vezenquando. Também não posso afirmar que escorre no para-dentro dos meus poros, talvez mesmo deles escape. Sei que me abraça completamente e me trata com um carinho... parece até que me perdeu, ou muito teme que eu vá embora. Alisa meus cabelos, finge que desenha meu rosto.. depois arqueia as sobrancelhas e diz que não tem ninguém me abraçando completamente. É quando vira de costas e começa a cantarolar qualquer coisa, como se não tivesse nada mais o que dizer. Eu me sento ao lado, calada, e o concentro entre meus braços, num abraço de silêncio .. até que volta a ser nada e eu volto a estar imperceptivelmente só. Mas quando o abraço é silencioso o bastante, sinto uma pontada forte no peito e percebo que foi ele quem se encolheu todo dentro do meu coração. Mistura-se ao sangue e passa a bombear um silêncio por todo o corpo, como se não houvesse mesmo nada mais a dizer. Respiro fundo e deixo que ele caia pleno em meus pulmões, saindo aos poucos pela minha voz: começo a cantarolar aquela qualquer coisa e digo que não sei a quem me pergunta que melodia é essa.
vendredi, septembre 04, 2009
Abstrair-se... nada mais que. De forma completa, de essência. Completa. A essência que é apenas, sem saber-se onde nasceu, apenas sentindo que nasce cada vez que consciente da existência. Um fluxo que não saiu de ventre algum, pelo que o ventre lhe é alheio - como talvez lhe seja o próprio existir. A Palavra que não sai, pelo que Definiria, o tempo verbal inconjugável.
Assumir a própria respiração: buscar tão-somente a Liberdade. Equilibrar-se no Possível, pelo que cria a possibilidade... nada mais que a essência. Deixar que as transitoriedades passem em e por todos os sentidos, sem lhes perguntar que ordem perene e imutável há por trás de - mas observando a própria optica e, dentro dela, sentir cada nuance correndo nas próprias veias. Vestir-se com tecidos transbordados... e despir-se ao avesso: escrever. Preencher o vazio, voltar pra dentro: abstrair-se.
Escrever dói. Mais pelo não conseguir traduzir-se que pelo saber viver-se. A angústia de não conseguir ser mais clara do que a página que fica sempre em branco, não importando o que se nela escreva, mesmo que nela eu esteja toda escrita. E por mais que se entregue: há sempre o espaço-tempo em branco, em potencial, à espera de que mais e mais seja dito, vivido.... quaisquer que sejam os pulmões que escrevam e parem de respirar-se: perecível. Somente a Possibilidade é perene, e sua ordem, um eterno processo... construir, desconstruir; inspirar, expirar; absorver, transbordar; escrever, apagar... como o que respira, percebe:
Linguagem é espelho.
Assumir a própria respiração: buscar tão-somente a Liberdade. Equilibrar-se no Possível, pelo que cria a possibilidade... nada mais que a essência. Deixar que as transitoriedades passem em e por todos os sentidos, sem lhes perguntar que ordem perene e imutável há por trás de - mas observando a própria optica e, dentro dela, sentir cada nuance correndo nas próprias veias. Vestir-se com tecidos transbordados... e despir-se ao avesso: escrever. Preencher o vazio, voltar pra dentro: abstrair-se.
Escrever dói. Mais pelo não conseguir traduzir-se que pelo saber viver-se. A angústia de não conseguir ser mais clara do que a página que fica sempre em branco, não importando o que se nela escreva, mesmo que nela eu esteja toda escrita. E por mais que se entregue: há sempre o espaço-tempo em branco, em potencial, à espera de que mais e mais seja dito, vivido.... quaisquer que sejam os pulmões que escrevam e parem de respirar-se: perecível. Somente a Possibilidade é perene, e sua ordem, um eterno processo... construir, desconstruir; inspirar, expirar; absorver, transbordar; escrever, apagar... como o que respira, percebe:
Linguagem é espelho.
samedi, août 29, 2009
Prefácio
Lógica Simbólica, de Leônidas Hegenberg. (os itálicos geralmente representam as partes onde eu mais viajei)
[Partes do Prefácio de Milton Vargas]
A Lógica, assim como grande parte dos fundamentos de nossa cultura, foi-nos legada pelos gregos. Entretanto, êsse legado não foi, por nós, preservado intato e intocado; pelo contrário, êle foi utilizado até quase o desgaste completo, depois reformado, engrandecido e reinvestido nesse grande empreendimento que vem sendo a civilização ocidental.
Creio que se poderia sustentar que a Lógica grega é irmã gêmea da Metafísica, e que ambas tiveram origem espúria no poema de Parmênides - para serem, sòmente mais tarde, adotadas e distinguidas por nomes diferentes, na obra aristotélica. Como os gregos tinham fé inabalável na existência e na realidade concreta do mundo em que viviam, achavam eles que, por trás das fugases aparências fenomênicas do mundo sensível, havia uma "substância" perene e imutável que garantia essa sua fé. Isto teria sido revelado a Parmênides pela própria deusa da sabedoria, a qual lhe fêz ver que - o que é, é; nada pode ser e não ser ao mesmo tempo; e, não há outra possibilidade senão ser ou não ser. A deusa revela-lhe, ainda, a identidade entre a coisa que é, e a que é pensada. Estavam estabelecidas as três leis fundamentais da lógica simultâneamente com a assimilação entre o pensar e o ser. Daí por diante, os gregos puderam sustentar que há uma ordem perene do pensamento pela qual pode-se chegar a inteligir as coisas como "entes" - certos, verdadeiros e perenes - é a ordem do "logos", a origem da lógica, baseada no pensamento, e diferente da opinião baseada nas aparências fenomênicas perecíveis e transitórias, com que nos defrontamos quotidianamente no mundo, atravéz dos nossos sentidos.
Portanto, o segrêdo que Parmênides diz, no seu poema, lhe ter sido revelado, seria simplesmente o seguinte: há uma possibilidade de pensar as coisas de uma forma certa e perene - isto é, pensando-as como "entes", os quais obedecem às leis que hoje sabemos serem as leis da lógica.
Quando Aristóteles estabelece que o que existe é a substância, e que a substância é essencialmente aquilo que é sujeito de uma proposição, mantém a unidade lógica - ontologia acima mencionada. Assim, se digo que A é B, A, o sujeito da proposição, é uma substância que existe certa e perenemente, enquanto o for também B. A lógica aristotélica é, portanto, uma lógica concreta - diz respeito a entes existentes num mundo real e veraz, onde se tem fé absoluta de que realmente A é A e que B é a essência da substância A. B é o que se diz da substância A, o seu predicado – aquilo absolutamente necessário para que a substância permaneça sendo o que é. Era, enfim, a lógica grega um “instrumento” (organon) para a compreensão de um mundo real e verdadeiro.
Entretanto, com o advento do Cristianismo, a crença pagã de um mundo certo e perene veio a ser substituída por uma crença em Deus, fonte de toda verdade e eternidade, e criador do mundo. Durante toda a Idade Média prevaleceu, portanto, a fé em Deus e nas suas revelações, as quais constituíam dogmas. Êsses dogmas seriam como que “proposições primeiras” de cuja verdade não seria possível duvidar. A partir das “proposições primeiras”, a lógica atuaria no sentido de deduzir das verdades reveladas as suas conseqüências, comprovando-as, pela adequação dessas com as coisas. Portanto, a lógica passou, nessa época, a ser uma “arte do raciocínio”, distanciando-se da sua origem ontológica. A existência de Deus era a garantia da adequação entre o que se raciocinava e o que ocorria na realidade.
Com o advento da Idade Moderna o mundo tornou-se dúvida, e Deus afastou-se da cena deixando de atuar como garantia da veracidade das “proposições primeiras”, ou como adequação entre as coisas e o pensamento. Assim a Lógica, aos poucos, perdeu sua concreticidade e passou a simplesmente regulamentar o simples encadeamento do raciocínio.
No fim do século passado, a análise lógica das sentenças, aproximando-se das matemáticas, foi sendo substituída por um “cálculo-de-proposições”, mais amplo que o anterior e que completou a sua formalização. Por outro lado, o desenvolvimento das matemáticas exigiu uma análise lógica dos seus princípios, no sentido de depurá-los de toda falsidade ou redundância. Isto deu lugar ao que se chama hoje de Lógica Simbólica ou Matemática. [...]
A Lógica Simbólica é, desde então, um corpo de doutrina ou uma ciência, pela qual são estabelecidas as leis formais que regem o encadeamento correto dos raciocícios, desde suas proposições primeiras até as conclusões. Não há, na lógica de hoje, a exigência de verdade ontológica como havia na grega, mas, só a da correção das operações lógicas, isto é, da validade dos argumentos. O problema da verdade das proposições primeiras não mais afeta a Lógica.
[Partes do Prefácio de Milton Vargas]
A Lógica, assim como grande parte dos fundamentos de nossa cultura, foi-nos legada pelos gregos. Entretanto, êsse legado não foi, por nós, preservado intato e intocado; pelo contrário, êle foi utilizado até quase o desgaste completo, depois reformado, engrandecido e reinvestido nesse grande empreendimento que vem sendo a civilização ocidental.
Creio que se poderia sustentar que a Lógica grega é irmã gêmea da Metafísica, e que ambas tiveram origem espúria no poema de Parmênides - para serem, sòmente mais tarde, adotadas e distinguidas por nomes diferentes, na obra aristotélica. Como os gregos tinham fé inabalável na existência e na realidade concreta do mundo em que viviam, achavam eles que, por trás das fugases aparências fenomênicas do mundo sensível, havia uma "substância" perene e imutável que garantia essa sua fé. Isto teria sido revelado a Parmênides pela própria deusa da sabedoria, a qual lhe fêz ver que - o que é, é; nada pode ser e não ser ao mesmo tempo; e, não há outra possibilidade senão ser ou não ser. A deusa revela-lhe, ainda, a identidade entre a coisa que é, e a que é pensada. Estavam estabelecidas as três leis fundamentais da lógica simultâneamente com a assimilação entre o pensar e o ser. Daí por diante, os gregos puderam sustentar que há uma ordem perene do pensamento pela qual pode-se chegar a inteligir as coisas como "entes" - certos, verdadeiros e perenes - é a ordem do "logos", a origem da lógica, baseada no pensamento, e diferente da opinião baseada nas aparências fenomênicas perecíveis e transitórias, com que nos defrontamos quotidianamente no mundo, atravéz dos nossos sentidos.
Portanto, o segrêdo que Parmênides diz, no seu poema, lhe ter sido revelado, seria simplesmente o seguinte: há uma possibilidade de pensar as coisas de uma forma certa e perene - isto é, pensando-as como "entes", os quais obedecem às leis que hoje sabemos serem as leis da lógica.
Quando Aristóteles estabelece que o que existe é a substância, e que a substância é essencialmente aquilo que é sujeito de uma proposição, mantém a unidade lógica - ontologia acima mencionada. Assim, se digo que A é B, A, o sujeito da proposição, é uma substância que existe certa e perenemente, enquanto o for também B. A lógica aristotélica é, portanto, uma lógica concreta - diz respeito a entes existentes num mundo real e veraz, onde se tem fé absoluta de que realmente A é A e que B é a essência da substância A. B é o que se diz da substância A, o seu predicado – aquilo absolutamente necessário para que a substância permaneça sendo o que é. Era, enfim, a lógica grega um “instrumento” (organon) para a compreensão de um mundo real e verdadeiro.
Entretanto, com o advento do Cristianismo, a crença pagã de um mundo certo e perene veio a ser substituída por uma crença em Deus, fonte de toda verdade e eternidade, e criador do mundo. Durante toda a Idade Média prevaleceu, portanto, a fé em Deus e nas suas revelações, as quais constituíam dogmas. Êsses dogmas seriam como que “proposições primeiras” de cuja verdade não seria possível duvidar. A partir das “proposições primeiras”, a lógica atuaria no sentido de deduzir das verdades reveladas as suas conseqüências, comprovando-as, pela adequação dessas com as coisas. Portanto, a lógica passou, nessa época, a ser uma “arte do raciocínio”, distanciando-se da sua origem ontológica. A existência de Deus era a garantia da adequação entre o que se raciocinava e o que ocorria na realidade.
Com o advento da Idade Moderna o mundo tornou-se dúvida, e Deus afastou-se da cena deixando de atuar como garantia da veracidade das “proposições primeiras”, ou como adequação entre as coisas e o pensamento. Assim a Lógica, aos poucos, perdeu sua concreticidade e passou a simplesmente regulamentar o simples encadeamento do raciocínio.
No fim do século passado, a análise lógica das sentenças, aproximando-se das matemáticas, foi sendo substituída por um “cálculo-de-proposições”, mais amplo que o anterior e que completou a sua formalização. Por outro lado, o desenvolvimento das matemáticas exigiu uma análise lógica dos seus princípios, no sentido de depurá-los de toda falsidade ou redundância. Isto deu lugar ao que se chama hoje de Lógica Simbólica ou Matemática. [...]
A Lógica Simbólica é, desde então, um corpo de doutrina ou uma ciência, pela qual são estabelecidas as leis formais que regem o encadeamento correto dos raciocícios, desde suas proposições primeiras até as conclusões. Não há, na lógica de hoje, a exigência de verdade ontológica como havia na grega, mas, só a da correção das operações lógicas, isto é, da validade dos argumentos. O problema da verdade das proposições primeiras não mais afeta a Lógica.
explicação da próxima postagem
Acompanha-me uma sensação terrível de desconstrução. Os princípios que me guiam estão frouxos, dissolvidos num fluxo de palavras que não se sabe. Para facilitar minha mania às vezes doentia de pôr tudo num só contexto sempre, o Cosmos tratou de me colocar para estudar Lógica. Eis que a situação se agrava e, sim, agora posso dizer: acompanha-me uma sensação terrível de desconstrução.
Espero ao menos construir Algo quando puder sair.
Pois bem, preciso colocar flores aqui, onde o Vazio impera.
Colherei uns trechos das folhas introdutórias do livro Lógica Simbólica, de Leônidas Hegenberg.
Espero ao menos construir Algo quando puder sair.
Pois bem, preciso colocar flores aqui, onde o Vazio impera.
Colherei uns trechos das folhas introdutórias do livro Lógica Simbólica, de Leônidas Hegenberg.
vendredi, juin 19, 2009
Sobre o Vazio
Eu poderia dizê-lo com as mais inacabáveis linhas ou, caso o tentasse sem palavras, talvez usasse alguns sinais de pontuação que guiassem o fluxo de silêncio. Mas não, não é possível. É tudo. É tudo o que existe. Inclusive o que a gente pensa que existe, o que a gente queria que existisse, o ideal. Inclusive o que pode existir, o que deixou de: e o que existirá.
samedi, mai 23, 2009
Luna
Quem dera poder expressar a expressão
Não sei se do quase sorriso,
Como se não se precisasse abrir explícito
E o vermelho pintando a vivacidade dos lábios fechados;
Talvez do envergar de sobrancelhas
Como se paralisasse a intenção de acrescentar
O que acabara de perceber;
Não sei se da cabeça assim sustentada
Pelo equilíbrio nas mãos, braços, pescoço e colo
- Já que sentada assim no Sempre
Na imobilidade de possíveis balanços
Onde quer que esteja o plural.
Ah.. possível também fosse expressar
O silêncio do que é simplesmente gesso
Ao tempo em que se expressasse
A simplicidade daqueles pés descalços
Como se não pisasse o Tempo,
Nem lhe precisando correr
E se lhe corresse, o vestido esvoaçaria
Na flexibilidade quase despudorada
Do tecido que seria tecido
Rasgado apenas nas partes por onde,
por que não dizer, passaram as asas
Agora quebradas... sim, talvez fosse fada
Que não precisa mais voá-las para o fora
Ah, esvoaçariam também os cabelos
Tantos quanto fossem os ventos
Mas não.. talvez aquele suspiro eternamente suspenso
Não o fosse por cansaço, mas por serenidade plena
A plenitude dos olhos
Que mesmo encarados de frente parecem distantes
Não por indiferença, mas por estarem-se dentro de si;
Olhando sempre o para-fora.
Com a ciência de que esse fora não existe
Além do que se percebe
Sim, não há porque tentar, querer, nem poder sair-se
Poderia assim expressar
A tristeza do mais pleno sorriso que aqueles olhos paravam.
Não sei se do quase sorriso,
Como se não se precisasse abrir explícito
E o vermelho pintando a vivacidade dos lábios fechados;
Talvez do envergar de sobrancelhas
Como se paralisasse a intenção de acrescentar
O que acabara de perceber;
Não sei se da cabeça assim sustentada
Pelo equilíbrio nas mãos, braços, pescoço e colo
- Já que sentada assim no Sempre
Na imobilidade de possíveis balanços
Onde quer que esteja o plural.
Ah.. possível também fosse expressar
O silêncio do que é simplesmente gesso
Ao tempo em que se expressasse
A simplicidade daqueles pés descalços
Como se não pisasse o Tempo,
Nem lhe precisando correr
E se lhe corresse, o vestido esvoaçaria
Na flexibilidade quase despudorada
Do tecido que seria tecido
Rasgado apenas nas partes por onde,
por que não dizer, passaram as asas
Agora quebradas... sim, talvez fosse fada
Que não precisa mais voá-las para o fora
Ah, esvoaçariam também os cabelos
Tantos quanto fossem os ventos
Mas não.. talvez aquele suspiro eternamente suspenso
Não o fosse por cansaço, mas por serenidade plena
A plenitude dos olhos
Que mesmo encarados de frente parecem distantes
Não por indiferença, mas por estarem-se dentro de si;
Olhando sempre o para-fora.
Com a ciência de que esse fora não existe
Além do que se percebe
Sim, não há porque tentar, querer, nem poder sair-se
Poderia assim expressar
A tristeza do mais pleno sorriso que aqueles olhos paravam.
dimanche, avril 12, 2009
Ah... o Silêncio. Certo mesmo é que não de todo silencioso. Uma eloqüência no dentro: indizível. Frases, textos, tudo no não-dito. Não mais do que normal. Mas isso tudo existe! Eu posso sentir, posso fazer, bastando que se pense. Nada existe se não tiver existência, não é lógico? Mas o que seria "pensamento"? Há de ser físico, já que Natural. E isso não é devaneio. Pois bem, se não físico, o que tocam os já existentes impulsos nervosos? A partir de onde perdem a existência? Bla.
Queria ser médium, queria ser esquizofrênica, queria perceber outras formas de Realidade. Mas estou sozinha nesse escuro pauperrimamente manchado com a luz do celular que a faz ler essas palavras inúteis à escuridão. Se bem que... inutilidade por inutilidade. Esse não é nem de longe o verbo. Sim, estou só nesse escuro. Não há espíritos que eu possa perceber, embora quisesse. Cresci vendo quem os percebesse, quem os desse expressão em nossas queridas freqüências auditivas. Não duvido da existência deles. Queria mesmo que meu tio Heitor me tocasse o ombro e me sorrisse. Ilumino meu ombro: intocável.
Não... não me creiam louca. Minha doença mental é exatamente a sanidade! Minha loucura é exatamente a de perceber apenas o que se chama per-cep-tí-vel, o que queima o desconhecido. Percebo o Real de uma realidade palpável, riscável, calculável. Mas a própria percepção é tida por impalpável, indimensionável, como é isso? Há de ser calculável a realidade toda, porque se for assim como se acredita, se nem-tudo-for-calculável, entendível, "visível", tradutível.... então não há continuidade! E se não há continuidade, como se há de Integrar a realidade enquanto função de infinitas variáveis?
Não, isso não está certo. Se eu pretendo mesmo contribuir de forma relevante para a construção dessa perspectiva, devo começar me dedicando bem mais a Cálculo II. Eis umoutra escala onde me debato na realidade. Droga.
Queria ser médium, queria ser esquizofrênica, queria perceber outras formas de Realidade. Mas estou sozinha nesse escuro pauperrimamente manchado com a luz do celular que a faz ler essas palavras inúteis à escuridão. Se bem que... inutilidade por inutilidade. Esse não é nem de longe o verbo. Sim, estou só nesse escuro. Não há espíritos que eu possa perceber, embora quisesse. Cresci vendo quem os percebesse, quem os desse expressão em nossas queridas freqüências auditivas. Não duvido da existência deles. Queria mesmo que meu tio Heitor me tocasse o ombro e me sorrisse. Ilumino meu ombro: intocável.
Não... não me creiam louca. Minha doença mental é exatamente a sanidade! Minha loucura é exatamente a de perceber apenas o que se chama per-cep-tí-vel, o que queima o desconhecido. Percebo o Real de uma realidade palpável, riscável, calculável. Mas a própria percepção é tida por impalpável, indimensionável, como é isso? Há de ser calculável a realidade toda, porque se for assim como se acredita, se nem-tudo-for-calculável, entendível, "visível", tradutível.... então não há continuidade! E se não há continuidade, como se há de Integrar a realidade enquanto função de infinitas variáveis?
Não, isso não está certo. Se eu pretendo mesmo contribuir de forma relevante para a construção dessa perspectiva, devo começar me dedicando bem mais a Cálculo II. Eis umoutra escala onde me debato na realidade. Droga.
dimanche, mars 08, 2009
Meu Gene Egoísta
Quais são os genes que eu posso abraçar dizendo: vocês são meus,
Não vinheram às metades de ninguém,
Não chorem, mamãe tá aqui,
Vocês não constituirão outro ser-estar..
São meus, só meus, estão em meus limites,
São os meus limites, minhas tendências a infinitos, meus integrandos,
Quais...?
Estes com os quais escrevo.
Meu corpo em Palavras!
Não vinheram às metades de ninguém,
Não chorem, mamãe tá aqui,
Vocês não constituirão outro ser-estar..
São meus, só meus, estão em meus limites,
São os meus limites, minhas tendências a infinitos, meus integrandos,
Quais...?
Estes com os quais escrevo.
Meu corpo em Palavras!
samedi, février 14, 2009
vendredi, janvier 16, 2009
Inadjetivo
Ah, impermeável verdade,
Deixe-me ao menos me esconder à sua sombra
Que um eco não deixa de nos dizer algo.
Ah, mal-dita verdade,
Cale-se em mim fiel e pura
Que nem todos têm ouvidos compatíveis
Ah, inaldita verdade,
Não te desvirtuará os que te negam
Que não mudarás sem que queiras
Desmentida, desmedida, mas permanecida
Ah, incognoscível verdade,
Não te percas nos labirintos de teus poros
Que a serenidade nos entende
Ah, aguda verdade,
Por que não perfuraste, íntegra,
Apenas a percepção que te suportava?
Ah, indizível verdade,
Não mais se aventure fora de meu silêncio
Ah, intragável verdade,
Me ensina a mentir;
Guarda-me de meu cansaço
Até poderes descansar guardada em mim...
Deixe-me ao menos me esconder à sua sombra
Que um eco não deixa de nos dizer algo.
Ah, mal-dita verdade,
Cale-se em mim fiel e pura
Que nem todos têm ouvidos compatíveis
Ah, inaldita verdade,
Não te desvirtuará os que te negam
Que não mudarás sem que queiras
Desmentida, desmedida, mas permanecida
Ah, incognoscível verdade,
Não te percas nos labirintos de teus poros
Que a serenidade nos entende
Ah, aguda verdade,
Por que não perfuraste, íntegra,
Apenas a percepção que te suportava?
Ah, indizível verdade,
Não mais se aventure fora de meu silêncio
Ah, intragável verdade,
Me ensina a mentir;
Guarda-me de meu cansaço
Até poderes descansar guardada em mim...
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