dimanche, novembre 07, 2010

De mãos dadas

Não espero mais que tuas mãos sejam nas minhas
o que são minhas mãos nas tuas
Duas mãos, quando unidas,
não tocam além do que podem sentir
Mas que o tempo percorra nossas mãos dadas
como traços de um mesmo e irreversível rabisco

Não pretendo em teus olhos meus olhares
O que cada olho respira tem o ritmo de quem vê
Quero meus olhares nos teus olhos
do jeito que eles me puderem respirar

Não te quero pra mim, mas comigo.
De mãos dadas, não atadas,
Que assim sejamos

Meu caminho entre as coisas
É o que as coisas percorrem dentro de mim
Nosso caminho é o que construímos, de mãos dadas.

Mas se agora não sabemos mais nossas mãos o que tocam,
E não imaginamos mais nossos caminhos desatados...
não sei.
O que são minhas mãos nas tuas?


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